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Candidata socialista diz estar devastada por tweet da esposa de Hollande

Agência France-Presse
postado em 14/06/2012 13:44
Ex-esposa de François Hollande, Segolene Royal, compete nas eleições legislativas francesas. O segundo turno acontece no próximo domingo
Paris - A socialista francesa e ex-mulher de François Hollande, Segolene Royal, se disse "devastada" pelo tweet da primeira-dama, Valérie Trierweiler, apoiando seu adversário nas eleições parlamentares, em declarações feitas na quarta-feira (13/6) à noite e nesta quinta-feira (14/6).

"Eu não quis responder voluntariamente ontem [terça-feira (12/6)] porque o golpe foi violento demais, isso não significa que não estou machucada. Eu não sou um robô...", declarou na quarta-feira durante um evento eleitoral em La Rochelle (sudoeste), onde é candidata nas eleições legislativas.

"Eu exijo respeito de uma mãe cujos filhos entendem o que é dito...", acrescentou a ex-candidata à presidência. Derrotada na eleição presidencial de 2007, Segolene Royal, 58 anos, foi a companheira de François Hollande por quase 30 anos. Eles tiveram quatro filhos juntos.



[SAIBAMAIS]Em uma entrevista ao jornal Libération, ela explicou novamente nesta quinta-feira: "Diante da violência do golpe, eu não quis reagir de cabeça quente, porque estou enfrentando uma luta política difícil e devo permanecer firme". "No papel de mulher política, exijo ser respeitada da mesma maneira como deve ser respeitado o apoio político dado pelo presidente da República à única candidata da maioria presidencial", acrescentou ela ao jornal.

Valérie Trierweiler, que sucedeu Segolene Royal na vida do presidente francês, provocou uma tempestade política na França ao apoiar publicamente Olivier Falorni e assumindo uma posição contrária à de François Hollande. Olivier Falorni, dissidente socialista, decidiu manter sua candidatura no segundo turno, que será realizado no próximo domingo (17/6) nesta circunscrição eleitoral de La Rochelle, apesar dos apelos de seu partido, e se tornou o favorito contra Segolene Royal.

Ao desejar "coragem a Olivier Falorni" em seu Twitter, Valérie Trierweiler reviveu o que a imprensa britânica chama de "guerra de rosas" e a direita francesa, de "vaudeville lamentável", criticando a mistura de ressentimentos pessoais e política ao fazer referência ao teatro de variedades de tendência popular que marcou a cultura do início do século XX na Europa e na América do Norte. Martine Aubry, líder do Partido Socialista, afirmou nesta quinta-feira que Valérie Trierweiler deveria ser "mais discreta".

Um dia antes, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault declarou: "Eu acho que ela deve ter um papel discreto, mas que não é fácil de encontrar (...) Eu posso compreender que os começos são sempre um pouco complicados, mas todos devem estar em seu lugar".

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