postado em 18/06/2012 07:48
Um relatório divulgado hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) revela a triste situação dos que deixaram seus países em 2011. O número de novos refugiados em todo o mundo chegou a 800 mil no ano passado ; o mais alto desde 2000. No mundo, cerca de 15,42 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas nações. Entre os principais motivos para a fuga, estão a continuação de antigos conflitos, como a guerra no Iraque; o surgimento de outros confrontos, como na Tunísia e no Egito; além dos desastres naturais e das mudanças climáticas. No total, 42,5 milhões de cidadãos estavam em situação de refúgio até dezembro passado, o que abrange refugiados, deslocados internos e solicitantes de refúgio. ;O ano de 2011 vivenciou o sofrimento humano em uma escala épica. O custo pessoal foi enorme para todos aqueles que tiveram suas vidas drasticamente afetadas em tão curto espaço de tempo;, lamentou o chefe do Acnur, António Guterres, por meio de um comunicado.
No relatório Tendências Globais 2011, destaca-se o papel da Primavera Árabe no deslocamento da população, em particular na Turquia, onde 16 mil pessoas pediram asilo, e na Síria, com 2,7 mil requisições. Em entrevista ao Correio, Andrés Ramirez, representante do Acnur no Brasil, destaca que a grande maioria dos refugiados se dirige para as nações vizinhas. ;Em geral, 80% desses indivíduos ficam em países em desenvolvimento;, detalha. O Afeganistão ainda é a principal origem dos que sofrem deslocamento forçado ; 2,7 milhões de afegãos fogem para outros países.