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Islamitas reivindicam ataques que deixaram mais de 50 mortos na Nigéria



"A estratégia perversa do Boko Haram é provocar uma guerra civil", acrescentou Riccardi, enquanto os parlamentares italianos pediam uma mobilização "para acabar com a caça aos cristãos". Em Zaria, as explosões tiveram como alvo a catedral católica de Cristo Rei e a igreja evangélica da Boa Nova. Em Kaduna, foi a igreja Shalom afetada nos subúrbios ao sul da cidade de maioria cristã. Após os ataques, multidões de cristãos irados se envolveram em confrontos contra os muçulmanos em um subúrbio predominantemente cristão da cidade de Kaduna. Muitas das vítimas sofreram ferimentos com facões e os hospitais estão com falta de sangue para fazer operações, informou um funcionário da Cruz Vermelha.

Uma semana atrás, o Boko Haram anunciou o ataque contra duas igrejas na região central e nordeste da Nigéria, a ação matou quatro pessoas, incluindo o homem-bomba. Um porta-voz dos islamitas explicou que o grupo queria mostrar que permanecia ativo, apesar da repressão pelas forças de segurança e prometeu mais ataques anticristãos. O Boko Haram tem multiplicado desde meados de 2009 seus ataques, especialmente em cidades do norte, onde já morreram mais mil pessoas. A Nigéria, o país mais populoso da África, com cerca de 160 milhões de habitantes, está dividida entre um norte predominantemente muçulmano e um sul predominantemente cristão mais rico graças ao petróleo.