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Versões contraditórias do estado clínico de Mubarak elevam tensão no Egito


Assim como naquele 11 de fevereiro de 2011, a multidão lotou nessa terça-feira (19/6) a Praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir o fim do governo militar. Por volta das 23h15 (18h15 em Brasília), uma notícia sobre o homem que governou o Egito com mão de ferro por 29 anos despertou desconfiança. ;Hosni Mubarak está clinicamente morto;, divulgou a agência estatal Mena. ;Fontes médicas informaram à Mena que seu coração parou de bater e não respondeu à desfibrilação;, acrescentou. O ex-ditador de 84 anos teve um derrame cerebral e foi transferido às pressas da prisão de Torah ; onde cumpria a pena perpétua ; para o Hospital Maadi, na região sul da capital. Ali, teria sofrido uma parada cardíaca.

Ao contrário do dia em que o ;faraó; foi deposto, não houve celebração. O advogado de Mubarak, médicos e a própria junta militar se apressaram em desmentir a notícia da morte. A nova versão dava conta de que o paciente estaria em coma profundo. ;Ele está completamente inconsciente, usando um respirador artificial;, afirmou uma fonte militar à agência Reuters. Até o fechamento desta edição, Mubarak estaria com um coágulo sanguíneo e água nos pulmões, e as tentativas de reanimá-lo teriam sido inúteis. ;Ele não está clinicamente morto, mas sua saúde deteriora e sua condição é crítica;, declarou o general Mamdouh Shaheen, membro do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), à tevê CNN.