Agência France-Presse
postado em 21/06/2012 15:50
Atenas - O novo primeiro-ministro grego conservador, Antonis Samaras, revelou nesta quinta-feira (21/6) a composição de seu governo de coalizão, que renegociará com a UE e com o Fundo Monetário Internacional as condições do plano de austeridade.As formações conservadora, socialista e de esquerda moderada coligadas no executivo indicaram em um comunicado que o objetivo do governo é "revisar os termos do acordo de resgate (...) sem que isso ameace a permanência do país na zona do euro".
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, felicitou a formação do executivo como "um sinal claro da determinação da Grécia em cumprir seus compromissos e permanecer no euro".
A Grécia, abatida economicamente com uma recessão pelo quinto ano consecutivo, com uma hemorragia contínua de depósitos bancários e um desemprego de 22,6%, quer obter um prazo suplementar de dois anos, até 2016, para sanear suas finanças públicas.
O país precisará, no entanto, de até 20 bilhões de euros suplementares, segundo fontes.
Samaras, de 61 anos, formou uma equipe de 38 membros, dominada por seu partido Nova Democracia, vencedor das legislativas de 17 de junho, que concentra dez das 17 carteiras.
O banqueiro Vasilis Rapanos, um veterano da gestão econômica do Estado grego, próximo aos socialistas, terá a carteira chave de Finanças. Ele será acompanhado por Christos Staikuras, conselheiro de Samaras.
O conservador Dimitris Avramopulos será ministro de Relações Exteriores.[SAIBAMAIS]
A carteira da Reforma da Administração, decisiva para a modernização do aparelho estatal, ficou nas mãos do esquerdista Antonis Manitakis.
O executivo afirmou que serão respeitados os objetivos evidentes de redução de déficit orçamentário, controle da dívida e aplicação das reformas estruturais.
"O objetivo é criar as condições para tirar o país da crise de uma vez por todas e para que não dependa mais de planos de resgate no futuro", afirma o comunicado.
Contudo, segundo um funcionário da zona do euro, o programa de ajuda à Grécia saiu dos trilhos e terá que ser renegociado neste verão, seja para reforçar as medidas de austeridade ou para ampliar os prazos concedidos ao país.
"O acordo não foi cumprido e o programa está atrasado há meses, principalmente no que diz respeito a privatizações e a arrecadação fiscal. Não é mais o mesmo programa", disse Thomas Wieser, presidente do grupo de trabalho do Eurogrupo, cujos ministros de Finanças se reúnem nesta quinta-feira em Luxemburgo.
"A situação econômica do país é ainda pior do que pensávamos", disse Wieser.
Segundo ele, ou se mantêm os objetivos em matéria fiscal através de novas medidas, ou elas não serão cumpridas e então será preciso mais dinheiro. Para Wieser, a negociação precisa ser renegociada até julho ou agosto.
O novo governo de coalizão grego, liderado pelos conservadores, afirmou nesta quinta-feira, em seu primeiro anúncio, que deseja revisar as condições de seu plano de resgate com a UE e o FMI, mas preservando sua cadeira na Eurozona.
Em um comunicado conjunto, as formações conservadora, socialista e de esquerda moderada, coligadas no executivo, disseram que o objetivo do governo é "revisar os termos do acordo de resgate", mas sem que isso ameace a permanência do país na Eurozona".
Segundo o executivo, serão respeitados os objetivos de redução de déficit orçamentário, controle da dívida e aplicação das reformas estruturais".
"O objetivo é criar as condições para tirar o país da crise de uma vez por todas e para que não dependa mais de planos de resgate no futuro", afirma o comunicado.
De acordo com a agência de notícias ANA (semioficial), a Grécia vai pedir à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) mais dois anos, até o fim de 2016, para sanear as contas, o que poderia representar um novo empréstimo de entre 16 e 20 bilhões de euros, informou a agência de notícias ANA (semioficial).