postado em 22/06/2012 15:57
De acordo com anúncio não oficial, o candidato dos militares Ahmed Shafiq foi declarado vencedor das eleições no Egito, nesta sexta-feira (22/6).O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) do país criticou a divulgação e afirmou que atuará com "firmeza" contra qualquer ataque ao que for de interesse público. Os dois candidatos que disputam o segundo turno, Shafiq e Mohamed Mursi, já se declararam vencedores.
De acordo com a nota do CSFA, o anúncio causou tensão nas ruas. Convocados pela Irmandade Muçulmana, milhares de egípcios fizeram uma manifestação na Praça Tahrir, na capital do país, pedindo o reconhecimento de Mursi como presidente eleito.
O movimento não quer "confronto ou violência. Tudo isso é boato", afirmou Mursi. "Não temos problemas com as Forças Armadas, embora elas tenham cometido erros nos últimos dias", acrescentou.
A Irmandade Muçulmana, maior força política do Egito e rival histórica dos militares, que comandam a vida política desde a queda da monarquia, em 1952, viu-se apoiada na manifestação por outros grupos políticos, como o Movimento do 6 de Abril, um dos que iniciaram a rebelião de 2011.
[SAIBAMAIS]O Partido da Liberdade e Justiça (PLJ), braço político do movimento, anunciou que irá apresentar "um projeto político nacional para defender a revolução", e acusou os militares de terem dado "um golpe de Estado constitucional".
O CSFA se atribuiu prerrogativas que lhe permitem se manter no poder seja qual for o resultado das eleições, após a dissolução, por decisão da Corte Constitucional, do Parlamento, eleito recentemente e controlado pela Irmandade Muçulmana.
Neste contexto de tensão, os egípcios aguardam a divulgação dos resultados oficiais, que estava prevista para ontem.
Com informações da France Presse