Assunção - Os chanceleres da Unasul constataram nesta sexta-feira (22/6) em um comunicado uma "ameaça" de ruptura da ordem democrática no Paraguai, se "não for respeitado o devido processo" no julgamento político do presidente Fernando Lugo pelo Congresso por "mau desempenho" de funções.
[SAIBAMAIS]"Se não for respeitado o devido processo no julgamento político contra o presidente Fernando Lugo, estará configurada uma ameaça de ruptura da ordem democrática", ressaltou o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o venezuelano Alí Rodríguez.
Os chanceleres da Unasul estão desde a noite de quinta-feira (21/6) em Assunção depois de terem deixado o Rio de Janeiro, onde participavam da Rio%2b20.
Os ministros das Relações Exteriores do bloco regional -integrado por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela- realizaram reuniões com Lugo e com legisladores para tentar solucionar a crise. O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que, caso haja uma quebra da ordem democrática no Paraguai, serão aplicados todos os tratados vigentes no Mercosul e na Unasul.
"Viemos com a maior boa vontade. Lamentavelmente, não fomos ouvidos por aqueles que estão tomando essa decisão", referindo-se aos legisladores paraguaios que empreenderam o julgamento político contra Lugo, ressaltou Maduro no Palácio de Governo. "Configura-se um fato que pode levar à ruptura da ordem constitucional", disse Maduro, enfatizando: "Viemos para apoiar a democracia paraguaia, o povo paraguaio e o presidente constitucional Fernando Lugo".
Disse que os congressistas receberam com "silêncio" e "indiferença" o pedido feito pela Unasul. O veredicto do chefe de Estado será anunciado nas próximas horas.
Os presidentes dos países da Unasul decidiram enviar a missão de chanceleres e de representantes "para assegurar o direito de defesa da democracia" no Paraguai, havia explicado o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.