Agência France-Presse
postado em 22/06/2012 21:52
Os governos do Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina declararam nesta sexta-feira (22/06) que não reconhecem Federico Franco como o presidente legítimo do Paraguai. Franco assumiu após o Congresso aprovar o processo de impeachment de Fernando Lugo.;Não reconhecemos nenhum presidente paraguaio que não tenha sido legitimamente eleito;, disse o presidente equatoriano, Rafael Corrêa, em entrevista ao canal de televisão multiestatal na América do Sul, Telesur.
Para a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a destituição de Lugo não aconteceu pelas vias legais de um Estado de Direito. "Sem a menor dúvida houve um golpe de Estado", disse Kirchner, qualificando a situação de "inaceitável".
O presidente da Bolívia, Evo Morales, também condenou aquilo que chamou de "golpe parlamentar". "A Bolívia não reconhece um governo que não saia das urnas e do mandato do povo", disse Morales, destacando que Lugo "estava acabando com os privilégios, com os caudilhos e com os grupos de poder" no Paraguai, e que "isto sempre tem um custo".
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também afirmou não reconhecer o governo que se instalou em Assunção."Eu, em nome do povo venezuelano e como chefe de Estado, digo que a Venezuela não reconhece este ilegal e ilegítimo governo que se instalou em Assunção", disse Chávez no Palácio de Miraflores.
Com placar de 39 votos a favor e 4 contra, o Senado do Paraguai aprovou hoje o impeachment de Fernando Lugo. O processo foi aberto nessa quinta-feira(21/06) pela Câmara dos Deputados. Os deputados de oposição acusaram Lugo de ser o responsável pelo conflito entre policiais e sem-terra em uma fazenda no último dia 15, que resultou na morte de 17 pessoas ; episódio que culminou na crise política.
A defesa de Lugo alegou não existirem provas de mau desempenho do ex-presidente na chefia do país.