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Ameaçado de isolamento, novo presidente paraguaio faz discurso conciliador

postado em 23/06/2012 10:16

Assunção (Paraguai) ; O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, disse ontem (22) à noite que se esforçará para manter um bom relacionamento com os países vizinhos e atender às expectativas dos paraguaios. Franco assume em meio a críticas dos presidentes sul-americanos que desconfiam da rapidez do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo por suspeitas de manobras políticas

Foi a primeira entrevista coletiva de Franco apenas duas horas depois de ser empossado. Ele respondeu a sete perguntas, abordando temas internos e externos, além de anunciar os nomes de três integrantes de sua equipe de governo. Foram anunciados os nomes dos ministros do Interior, Carmello Caballero, e das Relações Exteriores, José Félix Fernández, além do chefe da Polícia Nacional, Aldo Pastore.

"Para os presidentes do Mercosul, quero dizer que compreendam a situação. Vamos fazer um esforço para normalizar", disse o novo presidente. ;O importante para nós é manter uma boa relação com os países vizinhos;, acrescentou, deixando em aberto se pretende participar da reunião de Cúpula do Mercosul, em Mendoza, na Argentina, na próxima semana.

Franco enfatizou, pelo menos três vezes, que o governo segue e respeita a Constituição do Paraguai. A afirmação é uma resposta à União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que levanta dúvidas sobre a legitimidade do processo de destituição de Lugo, como foi conduzido e a rapidez da ação. Nas ruas de Assunção, a capital paraguaia, os simpatizantes de Lugo também suspeitam do processo que o retirou do poder.



Porém, em sua entrevista, Franco optou por um tom mais conciliador e menos combativo. "A coisa mais importante a fazer é ficar no país para organizar a casa;, disse. Na tentativa de desfazer mal-entendidos, ele acrescentou que a imprensa tem papel fundamental, inclusive o de tranquilizar as pessoas;.

No entanto, o novo presidente foi categórico ao dizer que pretende combater de forma instransigente o grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), pois o considera fora da lei. Segundo ele, da mesma forma agirá com aqueles que transgridem a legislação. ;A tolerância será zero com quem está à margem da lei;, disse.

Franco mencionou o tema mais delicado da política interna paraguaia, que acabou agravando a manutenção de Lugo no poder - o apoio aos camponeses e à reforma agrária. O novo presidente disse que o tema é prioridade para ele e que associará reforma agrária à industrialização e à melhoria da qualidade de vida no campo. ;É preciso garantir escolas e saúde, além de condições adequadas, para que as pessoas queiram ficar no campo;.

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