Túnis - O ex-premier líbio Al Baghdadi Al-Mahmudi, preso desde setembro na Tunísia, foi extraditado para a Líbia neste domingo, sem a aprovação da presidência tunisiana, informou o porta-voz do chefe de governo, Hamadi Jebali.
"O cidadão Al Baghdadi Al-Mahmudi foi entregue hoje ao governo líbio", diz um comunicado do governo, que lembra as duas decisões da Justiça tunisiana a favor da extradição.
Uma fonte da presidência já havia anunciado a extradição, manifestando-se surpresa, uma vez que "o governo tunisiano tomou sozinho a decisão de extraditar Al-Mahmudi, sem levar em conta a opinião da presidência.
"O presidente Moncef Marzuki não assinou nenhum decreto. Esta decisão terá repercussão na relação entre a presidência e o governo", afirmou o conselheiro de Marzuki, Adnen Manser, evocando uma "grave crise".
[SAIBAMAIS]Marzuki encontra-se no sul do país, para a comemoração do 70; aniversário do Exército, e seu gabinete se reuniu para discutir uma resposta à decisão governamental, disse o conselheiro.
Premier até os últimos dias do regime Khadafi, Al-Mahmudi foi preso em 21 de setembro, na Tunísia, quando tentava chegar à Argélia. Trípoli solicitou a sua extradição em duas ocasiões.
A Justiça da Tunísia havia respondido favoravelmente ao pedido, mas a extradição, questionada por organizações de defesa dos direitos humanos, havia permanecido em suspenso.
O presidente Marzuki havia assinalado sua oposição, pedindo à Líbia garantias do respeito aos direitos humanos e um processo justo para Al-Mahoudi.
Após esta declaração, o chefe de governo da Tunísia, Hamadi Jebali, afirmou que a decisão pela extradição era irrevogável e não precisava da assinatura do presidente.
Para justificar a decisão, o governo disse, em seu comunicado, que levou em conta "o relatório da comissão tunisiana que viajou recentemente para Trípoli e concluiu que as condições para um processo imparcial estavam reunidas".