Agência France-Presse
postado em 24/06/2012 17:59
Bogotá - O governo colombiano anunciou neste domingo (24/6) que "chamará para consultas" seu embaixador no Paraguai, ao considerar que a destituição do presidente Fernando Lugo foi realizada "sem respeitar o devido processo nem contar com o tempo suficiente para sua adequada defesa".Além disso, anunciou que "considerará as medidas que correspondam, uma vez que sejam realizadas as reuniões da Unasul e do Mercosul e à luz das cláusulas democráticas presentes no âmbito destes mecanismos regionais", disse em um comunicado divulgado pela chancelaria. Contudo, alertou que "em nenhum caso adotará medidas que afetem o povo paraguaio".
O comunicado disse também que "à luz dos princípios universais do devido processo (o presidente Lugo) não contou com as garantias necessárias para (que) exercesse plenamente seu direito à defesa".
Os chanceleres da União de Nações Sul-americanas (Unasul) "realizaram ingentes esforços junto com os representantes dos partidos políticos do Paraguai, a fim de assegurar as garantias necessárias para a realização desse julgamento político consagrado na Constituição desse país", informou.
A Unasul, cuja presidência temporária é exercida pelo Paraguai, é um órgão político formado pelo Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
O anúncio do chamado a consultas do embaixador Alberto Barrantes foi feito depois de o presidente Juan Manuel Santos ter dito no sábado que o processo pelo qual Lugo foi destituído deixava "um sabor ruim", e que esperava um relatório da chanceler María Ángela Holguín para tomar uma posição.
Lugo foi destituído na sexta-feira depois que o Senado o considerou culpado de "mal desempenho de suas funções" por uma maioria de 39 votos (de 43), em um julgamento político sumário iniciado na quinta-feira.