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Artista dissidente chinês lamenta proibição de viajar para o exterior



Ai, que co-desenhou o Estádio Olímpico de Pequim, em 2008, irritou o Partido Comunista no poder ao ameaçar investigar os desabamentos de escolas mal construídas durante o terremoto de Sichuan, e em 2010 durante um incêndio que matou dezenas de pessoas em uma torre em Xangai. Mas se ele pudesse viajar para o exterior, não significaria um exílio, como fizeram muitos outros dissidentes chineses. "Isso não significa que eu teria de deixar a China". "Eu não gosto da Embaixada dos Estados Unidos, sua estrutura é muito feia", explicou, em tom de brincadeira.

No tribunal, Ai Weiwei deve agora defender-se contra a acusação de evasão fiscal e contra uma multa de milhões de dólares imposta à sociedade Beijing Fake Cultural Development Ltd., registrada em nome de sua esposa. Uma audiência foi realizada na semana passada em Pequim e durou mais de nove horas. O veredicto é esperado para o início de agosto. Ele espera que seu país mude. "Logicamente, é necessário uma mudança porque a sociedade chegou ao ponto onde precisa mudar".