Agência France-Presse
postado em 26/06/2012 19:46
Caracas - O candidato da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, acusou nesta terça-feira (26/6) o presidente Hugo Chávez de usar recursos do Estado e a rede de veículos de comunicação pública para desacreditá-lo e fazer campanha para as eleições presidenciais de outubro. "Sabemos que vamos ter de enfrentar um processo eleitoral onde o financiamento de campanha eleitoral provém de recursos públicos (...). (Os governistas) utilizam a estrutura do Estado para financiar um processo eleitoral", disse Capriles em coletiva de imprensa.Chávez "pretende fazer campanha pela televisão, é bom que o faça, mas não com redes de rádio e televisão, porque isso, sem dúvida alguma, é um abuso (...) em um processo eleitoral que deve ter igualdade de condições", completou o também ex-governador do rico estado de Miranda (norte).
Na Venezuela, todas as rádios e televisões devem transmitir de forma obrigatória certos discursos do presidente chamados de "cadenas". O governo também usa uma rede pública para realizar programas que abordam a campanha de Capriles, divulgar planos sociais do governo, como a construção de moradias, e transmitir propagandas eleitorais, entre outros temas.
Faltando cinco dias para a campanha ser oficialmente iniciada, Capriles também fez um apelo ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para que "controle" e "regule" os habituais discursos do presidente, que podem durar mais de quatro horas. "Esperamos que a partir de domingo (1; de julho) não tenhamos mais essas ;cadenas; porque nós não temos acesso a isso", comentou Capriles, lembrando que segundo o regulamento eleitoral cada candidato tem até três minutos diários por cada canal de televisão para divulgar publicidade.[SAIBAMAIS]
Capriles, de 39 anos, e eleito em fevereiro como candidato único da oposição em primárias inéditas, denunciou também que o governo utiliza "o sistema de meios públicos para nos desprestigiar". "Não há uma campanha de alto nível, há insultos, desqualificações", disse.
Cerca de 18,9 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nas eleições presidenciais de outubro, nas quais Chávez buscará um terceiro mandato consecutivo de seis anos e acredita que obterá uma vitória "esmagadora".