Agência France-Presse
postado em 27/06/2012 17:35
Índia - O ministro do Interior indiano assegurou esta quarta-feira (27/6) que a informação repassada por um suspeito detido recentemente pela suposta participação nos atentados de Mumbai em 2008 confirma "o apoio do Estado" paquistanês nestes ataques.O Paquistão pediu imediatamente à Índia que lhe transmita esta informação. Abu Hamza, também conhecido como Sayed Zabiudin, um indiano membro do grupo islamita radicado no Paquistão Lashkar e Taiba (LeT), foi detido em 21 de junho no aeroporto internacional de Nova Délhi, procedente do Oriente Médio.
Durante três dias, de 26 a 29 de novembro de 2008, um comando de dez homens armados até os dentes semeou a morte em hotéis de luxo de Mumbai, em um restaurante turístico, na principal estação ferroviária e em um centro judaico, deixando 166 mortos e mais de 300 feridos.
Suspeita-se que Abu Hamza tenha dado instruções por telefone desde Karachi (sul do Paquistão) aos membros do comando que estavam no local.
Segundo o ministro indiano do Interior, P. Chidambaram, o interrogatório de Hamza confirmou as acusações da Índia sobre uma implicação do Estado paquistanês.
"O argumento de que por trás do massacre havia atores não estatais não é mais válido. Ele (Hamza) confirmou que estava na sala de controle (e) isto confirmou nossas suspeitas de que houve uma ação organizada", declarou o ministro a jornalistas no estado de Kerala (sul).
"Quando digo ;atores estatais; não aponto a nenhuma agência em particular. Mas houve claramente um apoio estatal ou de atores estatais", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Os serviços de inteligência paquistaneses (ISI) costumam ser acusados de manter vínculos com grupos radicais islâmicos como o LeT, e inclusive instrumentalizá-los com fins estratégicos.
O Paquistão sempre desmentiu estas acusações e processou sete pessoas pela suposta participação nos atentados, mas seus julgamentos, iniciados em 2009, foram adiados várias vezes.
Esta quarta-feira, Islamabad pediu à Índia que compartilhe informações sobre Hamza para permitir-lhe, se for o caso, "tomar medidas", pedindo que não o acuse por antecipação.