Agência France-Presse
postado em 28/06/2012 15:52
Nova York - O grupo de mídia News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, afetado por um escândalo de escutas ilegais na Grã-Bretanha, confirmou nesta quinta-feira (28/6) que se dividirá em duas empresas independentes: audiovisual e imprensa.
Em um comunicado, Murdoch destacou que respaldará "em 100%" as duas novas companhias e que prevê presidir seus respectivos conselhos de administração. "Há muito trabalho a ser feito, mas creio que esta nova estrutura corporativa a que apontamos acelerará os negócios da News Corporation para que alcancem maiores níveis e que permitirá a cada empresa, com cada uma de suas divisões, identificar seus novos potenciais e desbloquear as ações de longo prazo para que alcancem um valor ainda maior", disse Murdoch em um comunicado.
"Determinamos que a criação desta nova estrutura simplificaria as operações e definiria melhor as prioridades, permitindo que cada companhia cumpra com as expectativas dos consumidores em todo o mundo", disse o magnata. A empresa responsável pela área de imprensa agrupará ativos como a agência de informação financeira Dow Jones, os prestigiosos The Wall Street Journal, The Times de Londres, The New York Post entre outros do mundo, assim como a casa editorial HarperCollins. Por suas atividades em televisão e cinema, o grupo arrecadou 23,5 bilhões de dólares em receita para o exercício terminado ao final de junho de 2011, contra 8,8 bilhões da imprensa.
No verão passado, foi revelado que o tablóide britânico News of The World escutou ilegalmente conversas de dezenas de pessoas para obter furos, o que levou ao fechamento do veículo. Este escândalo manchou a reputação do grupo e colocou em perigo o projeto de compra da totalidade da rede britânica de TV a cabo BSkyB, da qual o News Corp possui atualmente 39%.
[SAIBAMAIS]Em maio, em um relatório da Comissão de Cultura, Meios de Comunicação e Esportes da Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico afirmou que "Rupert Murdoch não tomou as medidas necessárias para se manter informado plenamente sobre as escutas telefônicas, fez vista grossa e exibiu uma cegueira deliberada sobre o que ocorria em suas empresas e publicações".
A Comissão concluiu que o presidente da News Corp., de 81 anos, "não está capacitado para dirigir uma grande companhia internacional". Esta divisão é "um grande passo e uma grande decisão para mim", reconheceu o magnata nesta quinta-feira. Os acionistas do News Corp. receberão uma ação de cada uma das companhias por cada ação da empresa atual.