postado em 29/06/2012 14:45
Mendoza - A presidente da Argentina, Cristina Krichner, fez nesta sexta-feira (29/6), durante o discurso de abertura da cúpula do Mercosul, uma advertência para o risco do que classificou como uma "nova modalidade" de golpes contra a ordem democrática na região, tomando como exemplo mais recente o impeachment do presidente Fernando Lugo pelo Congresso do Paraguai. "Que não se instale isso que se chamou de ;golpes suaves;: sob o manto de uma certa legalidade, isso não passa de uma quebra da ordem constitucional", afirmou a anfitriã do encontro. Desde a noite da destituição de Lugo, Cristina referiu-se ao episódio como "golpe" e denunciou como "ilegítima" a passagem do poder para o vice, Federico Franco.
Classificando como "históricas" as cúpulas do Mercosul e da Unasul, que se reúne em sessão extraordinária em Mendoza para analisar a crise paraguaia, a governante argentina invocou episódios recentes em que os governos sul-americanos reagiram prontamente contra tentativas de derrubar "governos de origem popular", que "contestam o modelo neoliberal".
Cristina mencionou as cúpulas de emergência em que a Unasul condenou "tentativas de golpe" contra o presidente boliviano, Evo Morales (em 2008), e o equatoriano, Rafael Correa (em 2010). "Não é apenas uma reação pela legalidade, mas também porque a legalidade e a legitimidade estão intimamente ligadas à estabilidade necessária para que a região continue crescendo, como na última década."