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Presidente do Egito promete um Estado civil à multidão na Praça Tahrir

Agência France-Presse
postado em 29/06/2012 15:02
Cairo - O presidente eleito egípcio, Mohamed Mursi, prometeu nesta sexta-feira (29/6), na simbólica praça Tahrir do Cairo, ante milhares de pessoas, que o Egito será um "estado civil, patriota e constitucional".

Ao chegar à praça, Mursi foi recebido com aplausos. Sua participação nesta manifestação, chamada de "entrega do poder" e organizada pelos militantes a favor da democracia e apoiada pela Irmandade Muçulmana, foi anunciada na quinta-feira.

Esta manifestação visa a pressionar o exército, no poder desde a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011. Os seguidores dos Irmãos Muçulmanos ocupam há dias a Praça Tahrir para protestar contra as disposições constitucionais adotadas pelo Exército.

"Juro por Deus preservar o sistema republicano, respeitar a Constituição e a lei, proteger por completo os interesses do povo e preservar a independência da Nação e a segurança de seu território", prometeu solenemente ante a multidão.

O presidente eleito prestou homenagem à Praça Tahrir, palco e símbolo da "liberdade e da revolução" e se dirigiu ao "mundo livre, aos árabes, aos muçulmanos, ao povo do Egito, irmãos e irmãs, crianças, muçulmanos do Egito, cristãos do Egito".

Mursi será empossado neste sábado pelo Alto Tribunal Constitucional às 11h da manhã (6h Brasília), quando prestar juramento diante da Assembleia Geral do tribunal.[SAIBAMAIS]

O presidente irá em seguida para a Universidade do Cairo, onde fará um discurso à Nação, acrescenta a agência de notícias.



Candidato dos Irmãos Muçulmanos, Mohamed Mursi, que derrotou Ahmad Shafiq, último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, é o primeiro presidente do Egito fora do aparato militar em muitos anos.

O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que dirige o país desde a demissão forçada de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, se comprometeu a entregar o poder ao novo chefe de Estado até 30 de junho.

A princípio, Mursi deveria ser empossado na Assembleia do Povo, mas o local foi alterado por determinação da "Declaração Constitucional Complementar", pela qual o Exército recuperou o poder legislativo após dissolver o Parlamento, dominado pelos Irmãos Muçulmanos, em virtude de decisão judicial contra a fórmula das eleições.

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