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Parlamentares brasileiros criticam suspensão do Paraguai do Mercosul

postado em 29/06/2012 16:09
Senadores da base aliada ao governo criticaram nesta sexta-feira (29/6) a decisão do Mercosul de suspender temporariamente o Paraguai do bloco. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (28/6) à noite pelo ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota. Ele destacou que não haverá sanções econômicas ao país vizinho.

;O ministro Patriota escreveu uma das páginas mais tristes da diplomacia brasileira;, disse o presidente do PP, Francisco Dornelles (RJ). O senador é um dos autores do requerimento aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta semana, para que Patriota esclareça o posicionamento do Brasil em relação ao impeachment do ex-presidente paraguaio, Fernando Lugo.

A princípio, Patriota deverá comparecer ao Senado no dia 11 de julho. A data, entretanto, pode ser alterada, dependendo da agenda do ministro. Segundo Dornelles, não caberia ao Brasil e aos países do Mercosul outra decisão se não a de acatar o impeachment votado e aprovado pelo Parlamento do Paraguai e referendado pela Suprema Corte do país.[SAIBAMAIS]

Para o vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), a posição adotada pelo Mercosul representa uma ;ingerência; externa no Paraguai. ;Deveriam ter respeitado uma decisão interna do país;, disse Argello.

O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), concordou com Argello e afirmou que, apesar de não ter havido consulta ao partido, tem certeza que de a maioria da bancada é contra a decisão do Mercosul. Para Raupp, teria sido mais prudente ouvir o Congresso Nacional antes de levar qualquer posicionamento para deliberação com os integrantes do bloco do Mercosul.



Diferentemente dos senadores, líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a decisão do bloco foi influenciada pela tese do Brasil de não prejudicar economicamente o Paraguai. ;A sanção política do Mercosul é suficiente para mostrar a desaprovação dos países membros com o golpe no Paraguai;, ressaltou Chinaglia.

Fernando Lugo teve o mandato cassado no dia 21 deste mês pelo Congresso do Paraguai em um processou de impeachment que durou 24 horas. Em seu lugar assumiu o vice-presidente Federico Franco, integrante do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que estava fora do poder há mais de 70 anos.

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