postado em 29/06/2012 17:56
São Petesburgo - A Rússia vê "boas chances" de progresso na tentativa de solucionar a crise síria na reunião de Genebra, declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, ao final de uma reunião nesta sexta-feira (29/6) com sua colega americana, Hillary Clinton."Posso dizer a vocês com confiança que há ótimas chances amanhã (sábado) em Genebra de encontrarmos um denominador comum e de darmos um passo adiante", declarou Lavrov, acrescentando que a Rússia e os Estados Unidos concordam que o futuro da Síria deve ser decidido pelos próprios sírios.
"Senti uma evolução na posição de minha colega Hillary Clinton. Não houve ultimato, nem uma palavra sobre o fato de o documento em discussão em Genebra ser intocável", acrescentou Lavrov, referindo-se às afirmações sugerindo que o presidente sírio, Bashar al-Assad, não teria mais um papel no futuro.
"Chegamos a um acordo para encontrar pontos de entendimento que permanecem baseados no fato de que a parte síria deve ser encorajada ao diálogo nacional, mas que as decisões sobre o que será do Estado e sobre a atribuição dos postos e das responsabilidades devem ser decididas apenas pelos próprios sírios", acrescentou.[SAIBAMAIS]
O plano de transição político na Síria proposto pelo mediador internacional da ONU, Kofi Annan, que será discutido no sábado durante a reunião internacional de Genebra, prevê o estabelecimento de um governo provisório de união nacional.
O documento proposto por Annan indica que o governo de transição poderá incluir membros do atual governo e da oposição, mas que serão excluídos aqueles cuja presença "pode comprometer a credibilidade da transição e colocar em perigo a estabilidade e a reconciliação".
Alguns diplomatas haviam sugerido que esta cláusula poderia significar uma saída do poder do presidente Assad, mas a Rússia, aliada de longa data da Síria, indicou que não apoiará uma solução "imposta a partir do exterior".
Vários ministros das Relações Exteriores, entre os quais o dos Estados Unidos, o da França e o do Reino Unido, haviam ameaçado não ir à Genebra se a reunião pudesse não terminar com a adoção do plano Annan, segundo fontes diplomáticas na ONU.