Agência France-Presse
postado em 03/07/2012 14:55
Trípoli - O último primeiro-ministro do regime de Muanmar Kadhafi, Al Baghdadi al Mahmudi, alegou nesta terça-feira (3/7) sua inocência perante jornalistas na prisão de Trípoli onde está detido e desmentiu ter sido maltratado desde que foi extraditado na semana passada da Tunísia."Não sou culpado. Não sou culpado. Não sou culpado", repetiu Mahmudi em inglês durante uma visita de jornalistas à prisão, organizada pelas autoridades líbias.
"Estou disposto a ser julgado pelo povo líbio. Torço para que a verdade apareça. Estou certo de mim e de minha inocência", acrescentou o ex-primeiro-ministro, com rosto cansado, mas aparentando estar em bom estado de saúde.[SAIBAMAIS]
Indagado se permanece fiel ao antigo regime, Mahmudi respondeu temer que "a Líbia se converta em uma colônia". Segundo ele, "o ponto negativo (na revolução) é a intervenção estrangeira na Líbia".
Mahmudi foi entregue no dia 24 de junho a Trípoli depois de permanecer nove meses preso na Tunísia, onde sua polêmica extradição desencadeou uma crise política.
Esta extradição foi criticada por muitas organizações locais e internacionais de defesa dos direitos humanos e por personalidades da oposição tunisiana, que consideram que viola os princípios do direito internacional e que a Líbia não fornece garantias para um julgamento justo.
O advogado francês de Mahmudi, Marcel Ceccaldi, afirmou no dia 27 de junho que teme pela vida de seu cliente, que, segundo ele, foi agredido em sua chegada à Líbia e hospitalizado por uma hemorragia.
Segundo afirmações de Ceccaldi ao jornal digital francês Mediapart, Mahmudi foi maltratado durante um interrogatório pelo governador militar de Trípoli, Abdelhakim Belhadj.