Agência France-Presse
postado em 05/07/2012 19:26
Buenos Aires - O ex-ditador argentino Jorge Videla (1976-1981) foi condenado nesta quinta-feira (5/7) a 50 anos de prisão, e o ex-ditador Reynaldo Bignone, (1982-1983) a 15 anos de prisão, culpados de um plano sistemático de roubo de bebês, filhos de pessoas desaparecidas, anunciou o tribunal."Condenados o ex-general Jorge Videla a 50 anos de reclusão (...) e o ex-general Reynaldo Bignone a 15 anos", leu a presidente do tribunal, María Roqueta, em uma sala lotada, na presença de Estela de Carlotto, líder da organização humanitária Avós da Praça de Maio.
Centenas de familiares das vítimas, netos recuperados pelas Avós e ativistas dos direitos humanos comemoraram o veredicto com gritos e cantos diante de um telão instalado na entrada dos tribunais.
Pela aplicação do sistema de apropriação e mudança de identidade de menores foram lançadas outras sentenças a diferentes penas de prisão, entre 40 e 15 anos, contra outras autoridades da ditadura (1976-1983), entre elas um médico militar que atuava com obstetra nas maternidades clandestinas do regime.
Videla acaba de confessar em um livro que "de 7 a 8 mil pessoas devem ter morrido" na repressão a opositores e está cumprindo duas penas de prisão perpétua em cela comum por crimes contra a Humanidade, que fizeram o Tribunal decidir nesta quinta-feira pela unificação das penas para manter a prisão perpétua.
Contra Bignone, de 84 anos, também pesa uma condenação à prisão perpétua e outra pena de 25 anos de detenção em outros dois julgamentos, por graves violações dos direitos humanos.