Agência France-Presse
postado em 06/07/2012 15:04
Genebra - O Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou nesta sexta-feira (6/7) uma nova resolução muito crítica em relação a Damasco, mas convoca todas as partes a deter a violência e insiste na necessidade de realizar uma verdadeira investigação internacional sobre os crimes cometidos por todas as partes."É uma mensagem do Conselho para as vítimas desta crise que prossegue e se aprofunda", declarou a presidente do Conselho, Laura Dupuy Lasserre, em uma coletiva de imprensa após a votação. "Adotar a resolução é uma forma de mostrar nossa solidariedade em direção ao povo sírio", declarou a representante americana perante o Conselho, Eileen Chamberlain Donahoe.
No último dia da sessão de verão do Conselho, este órgão da ONU realizou, a pedido da Rússia, a votação da resolução, proposta por Estados Unidos e Turquia, que foi adotada por 41 votos a favor e 3 contra (Rússia, China e Cuba), enquanto 3 países se abstiveram (Uganda, Filipinas e Índia).
Os 37 Estados-membros do Conselho rejeitaram, por sua vez, uma emenda proposta pela Rússia que queria que a resolução "condene firmemente todos os atos de terrorismo na Síria".
A resolução celebra o resultado da reunião internacional de 30 de junho em Genebra que permitiu aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, à Turquia e aos países presentes em nome da Liga Árabe entrar em acordo sobre os princípios de uma transição política proposta pelo mediador internacional Kofi Annan, incluindo a formação de um governo de transição com membros do atual poder e da oposição.
O texto condena "a violação flagrante, generalizada e sistemática dos direitos humanos na Síria", assim como os crimes cometidos pelos milicianos do regime e o fato de que as autoridades apontem "indiscriminadamente contra os civis".
A resolução pede a todas as partes o fim da violência sob todas as suas formas e lamenta "as consequências alarmantes nos direitos humanos da falta de implementação do plano de seis pontos" de Kofi Annan.
[SAIBAMAIS]A votação desta resolução acontece no mesmo di em que a conferência de Paris sobre a Síria encorajou o Conselho de Segurança da ONU a adotar urgentemente uma resolução obrigatória que, "sob o capítulo VII", retome o plano de Kofi Annan e o acordo conquistado na semana passada em Genebra sobre uma transição política no país.
Nesse contexto, os participantes, uma centena de países Amigos do Povo Sírio, pediram que esta resolução "imponha medidas (...) para assegurar seu respeito", ou seja, sanções em nível da ONU que podem ser tomadas contra o regime de Damasco. A Síria é alvo atualmente de sanções decididas separadamente por Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe.