Agência France-Presse
postado em 16/07/2012 15:08
Miami - A polêmica lei "Defenda a sua Posição" da Flórida tem quase 65% do apoio dos eleitores deste estado dos Estados Unidos, onde uma comissão estuda uma mudança após o assassinato do adolescente negro Trayvon Martin, revela uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (16/7).A pesquisa foi realizada pelos principais meios de comunicação estatais: Tampa Bay Times, The Miami Herald e Bay News 9.
Aprovada em 2005, com o apoio do então governador Jeb Bush e promovida pela Associação Nacional do Rifle (NRA), a lei dá aos cidadãos o direito de atirar em qualquer um percebido como uma ameaça à sua segurança em um lugar público. Os opositores argumentam que isso permite, em caso de uma simples discussão, "atirar primeiro e perguntar depois".
A lei estabelece que é proibido prender alguém, a menos que seja determinado que não havia causa provável de que o tiro era ilegítimo.
As críticas à lei foram reavivadas em março deste ano, quando protestos em todo o país exigiram a prisão do ex-zelador voluntário George Zimmerman, que afirmou ter disparado em legítima defesa contra o jovem desarmado Trayvon Martin, 17 anos, enquanto este caminhava em um condomínio para encontrar seu pai. Desde então, uma comissão estadual, a pedido do presidente Barack Obama e com a cooperação do governador republicano Rick Scott, estuda possíveis mudanças na lei. No entanto, a população da Flórida ainda está dividida quanto às razões do assassinato de Trayvon Martin e se o caso pode ser abrangido pela lei ou não.
Segundo a pesquisa, 44% dos eleitores acreditam que Zimmerman, acusado de assassinato em segundo grau, agiu em legítima defesa quando puxou o gatilho. Outros 40% acreditam no contrário e 16% duvidam sobre os motivos.[SAIBAMAIS]
"A divisão real sobre esta questão é racial, dadas as conotações raciais que este (caso) tomou", disse Brad Coker, porta-voz da Mason-Dixon Polling & Research, empresa que realizou a pesquisa por telefone com 800 eleitores registrados na Flórida.
No sul do estado os 82% dos eleitores negros são a favor da revogação ou alteração da lei. Mas os hispânicos (52%) tendem a apoiar o argumento de que ele agiu em legítima defesa, seguido por brancos (50%).