Tel Aviv - A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, convidou nesta segunda-feira (16/7) Israel e os Estados Unidos "a atuarem e pensarem juntos". "É um período de incertezas, mas também um momento em que se apresentam oportunidades. Temos a possibilidade de fazer avançarem nossos objetivos comuns em matéria de segurança, de estabilidade, de paz e de democracia em uma região que ainda não viu um futuro melhor. Nesses momentos que amigos como nós podem pensar juntos, atuar juntos", afirmou Clinton em uma declaração à imprensa após uma reunião em Jerusalém com o presidente israelense Shimon Peres.
"Devemos ser inteligentes, criativos e audazes", acrescentou a secretária de Estado, que iniciou na noite de domingo sua primeira visita a Israel em quase dois anos. Clinton disse ainda que os encontros agendados com o ministro da Defesa, Ehud Barak, e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tiveram "debates profundos sobre uma série de temas que incluem Egito, Síria, os esforços de paz, Irã e outros temas regionais e globais".
Pouco antes de se encontrar em Jerusalém com o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, Hillary declarou que "estamos em um momento de transformações históricas e devemos trabalhar juntos para responder aos desafios. Devemos aproveitar as oportunidades". "Sua visita ocorre em um momento muito interessante", disse Barak. "A contribuição dos Estados Unidos para a paz na região é muito importante".
Na manhã desta segunda-feira (16/7), Clinton se reuniu com Avigdor Lieberman, o chefe da diplomacia israelense e, à tarde, com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Salam Fayyad. Também neste mês, Clinton se reuniu em Paris com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
A última visita de Clinton a Jerusalém aconteceu em meados de setembro de 2010, quando tentou, em vão, impedir a suspensão das negociações diretas entre israelenses e palestinos. Desde então, os debates estavam bloqueados.
Os dirigentes palestinos exigem, para retomar as negociações, que Israel interrompa a colonização dos territórios ocupados desde 1967 e aceite as fronteiras anteriores a 1967 como base de discussão. Israel rejeita as reivindicações e diz querer negociações "sem condições prévias".
Sobre o programa nuclear iraniano, o presidente Peres afirmou, por outro lado, que há "um acordo no mundo para considerar o Irã --não o povo iraniano, mas o governo iraniano-- ao se dotar de bombas nucleares e manter sua política terrorista, como um perigo para todos".
"Há uma total harmonia sobre o fato de que devemos fazer de tudo para impedir o Irã de por em perigo a liberdade e a independência dos outros povos", acrescentou o presidente. "Penso que, além do desafio iraniano, eles (os americanos) não devem ignorar as possibilidades para a paz e principalmente entre nós e os palestinos", afirmou Peres.
Em relação ao Egito, país que Clinton visitou antes de ir a Israel, Peres declarou que "apreciamos muito que tenha vindo aqui imediatamente depois do Egito, com suas últimas impressões, já que, para Israel e para os Estados Unidos, o Egito é um país chave no Oriente Médio e muito depende dele para continuar nossa marcha pela paz".