postado em 17/07/2012 08:52
Após 50 dias na Embaixada do Brasil em La Paz, o futuro do senador boliviano Roger Pinto Molina é incerto, mesmo depois de receber asilo político do governo brasileiro. Não há previsão de quando ele deixará o local, segundo parlamentares de sua legenda. Roger Pinto procurou a Embaixada do Brasil no último dia 28 maio alegando sofrer de perseguição política e correr risco de morte.O governo do Brasil concedeu o asilo, mas as autoridades da Bolívia ainda não emitiram um salvo-conduto para que o senador, que era líder da bancada de oposição ao governo de Evo Morales, pudesse deixar o local e se dirigir ao aeroporto.
Na embaixada, ele reside em um quarto improvisado, onde passa o dia lendo jornais, falando com a família no seu celular e recebendo políticos da sua agremiação, a Convergência Nacional. As autoridades bolivianas acusaram o parlamentar de, no passado, obstruir investigações da Justiça.
[SAIBAMAIS]"A situação dele hoje é indefinida", disse o deputado Luis Oliva."Sem o salvo-conduto, ele não pode sair da embaixada para o aeroporto para embarcar rumo ao Brasil", acrescentou o deputado, no momento em que visitava o senador na Embaixada juntamente com um grupo de políticos locais. O governo brasileiro concedeu o asilo político para o senador em dez dias ; em 8 de junho -, lembrou o parlamentar.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia, não corresponderia ao governo boliviano tomar essa medida. Segundo os assessores, o salvo-conduto deve ser dado por um organismo internacional e não pelo governo boliviano. A assessoria informou ainda que o senador dever se apresentar à Justiça para responder pelas acusações de irregularidades.
Autoridades do governo do presidente Evo Morales, como o vice-presidente Álvaro García Linera, disseram à imprensa local que Roger Pinto teria procurado a embaixada porque "tem vinte processos na Justiça".
O novo embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano, disse que o salvo-conduto será "analisado com base na Constituição Política do Estado (CPE)". "Vou estudar a Constituição e qualquer decisão será a partir do que dizem as leis [bolivianas]", disse ele.