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Putin diz que fará todo o possível para ajudar o plano Annan para a Síria

Agência France-Presse
postado em 17/07/2012 10:32
Moscou - O presidente russo Vladimir Putin afirmou ao enviado especial da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan, em sua visita à Rússia nesta terça-feira (17/7), que fará tudo que puder para ajudar a implementar o plano de paz para a Síria.

"Faremos tudo que depender de nós para ajudar seus esforços", afirmou Putin a Annan no início de sua reunião no Kremlin. "A crise síria está num momento crítico", afirmou Anna antes do encontro fechado para a imprensa.

Na véspera, antes de se encontrar com Anna, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, ressaltou que "não é realista" esperar que seu país possa convencer o presidente sírio Bashar al-Assad a deixar o poder, como afirmam as potências ocidentais.

O presidente Assad "não partirá, não porque o apoiemos, mas simplesmente porque uma parte significativa da população da Síria o apoia", acrescentou.

[SAIBAMAIS]Lavrov também acusou as potências ocidentais de exercerem "uma chantagem" para obrigar Moscou a aceitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o regime de Damasco, ameaçando, caso contrário, se recusar "a prolongar o mandato da missão de observadores" na Síria.

O encontro entre Vladimir Putin e Kofi Annan foi realizado na véspera da apresentação no Conselho de Segurança da ONU de um projeto de resolução dos ocidentais com novas ameaças de sanções contra o regime sírio.

A Rússia, que já bloqueou duas resoluções desde o início do conflito, em março de 2011, novamente se juntou à China para impedir qualquer condenação das autoridades em Damasco, incluindo pelo massacre de Treimsa.

O limiar de um confronto agudo?

Kofi Annan reuniu-se na segunda-feira (16/7) com Sergei Lavrov. Na ocasião, o lado russo "procurou incentivar (o enviado) a trabalhar ativamente com a oposição e com os atores externos", enquanto acusava as potências ocidentais e regionais de terem prejudicado qualquer possibilidade de diálogo com o governo sírio.

No mesmo dia, Lavrov expôs em termos virulentos a posição da Rússia, acusando o Ocidente de fazer chantagem para forçar a Rússia a aceitar uma resolução que prevê sanções, e até o uso da força, contra o governo de Bashar al-Assad.



Como observado no jornal oficial Rossiyskaya Gazeta, Moscou quer que qualquer resolução sobre o conflito "coloque a culpa pelo derramamento de sangue igualmente no regime de Damasco e nos opositores".

O presidente russo considera que "os líderes têm o direito de manter o poder por todos os meios possíveis, independentemente do pensamento da comunidade internacional", acrescenta o jornal muito crítico do Kremlin.

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