Jerusalém - Um deficiente físico israelense ficou gravemente ferido neste domingo (22/7) depois de ter tentado se imolar ateando fogo ao próprio corpo, horas antes do funeral de um homem que havia se suicidado desta forma durante uma manifestação por justiça social no dia 14 de julho em Tel Aviv.
Esta é a quinta tentativa de imolação desde 14 de julho, segundo a imprensa, e a mais grave desde a de Moshé Silman, que será enterrado neste domingo.
[SAIBAMAIS] "Um homem em uma cadeira de rodas ateou fogo a sua roupa em um ponto de ônibus perto de Yehud", nas imediações de Tel Aviv, explicou o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld.
"Algumas pessoas apagaram as chamas. O homem, de quarenta e muitos anos, está gravemente ferido e foi internado no hospital Cheba de Tel Hashomer", acrescentou. "Pelo que sabemos, tentou se imolar com fogo", acrescentou, anunciando a abertura de uma investigação sobre o ocorrido.
O homem apresenta queimaduras em 80% do corpo e, segundo a imprensa, é um veterano do Exército israelense. O drama ocorreu algumas horas antes do enterro de Silman, de 57 anos, morto na sexta-feira, seis dias depois de ter se imolado em Tel Aviv durante uma manifestação por justiça social.
Em uma carta lida em voz alta antes de tentar pôr fim a sua vida, Silman havia acusado o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de "tirar dos pobres para dar aos ricos". Na carta, ele acusou o Ministério da Habitação de negar a ele o direito a um auxílio, apesar de não poder trabalhar por ter sofrido um AVC.
Mais de 2.000 israelenses participaram de vigílias fúnebres em memória de Silman em Tel Aviv e em outras cidades israelenses na noite de sábado. "Todos nós somos Moshé Silman esta noite", gritavam os manifestantes, que fizeram uma passeata com tochas a partir do local onde ele jogou gasolina em seu corpo antes de colocar fogo em si mesmo, segundo um jornalista da AFP no local.
"Com a manifestação, nós honramos a memória de todas as vítimas da angústia econômica e da política anti-social do governo israelense" de Benjamin Netanyahu, afirmaram os organizadores em um comunicado.