Agência France-Presse
postado em 24/07/2012 13:53
Londres - Andy Coulson, ex-conselheiro de comunicação do primeiro-ministro britânico David Cameron, foi indiciado nesta terça-feira (24/7) por escutas ilegais junto a outras sete pessoas do grupo News International de Rupert Murdoch, entre elas Rebekah Brooks, ex-conselheira delegada da companhia.A promotoria anunciou, em um comunicado, sua decisão de indiciar oito dos treze suspeitos de envolvimento no caso, que virou um escândalo político na Grã-Bretanha. Os oito indiciados são acusados de interceptar mensagens de voz nos celulares de 600 pessoas, incluindo estrelas de Hollywood como Brad Pitt, Angelina Jolie e Jude Law, e também políticos e vítimas de crimes. O caso investiga as escutas telefônicas por parte de empregados do jornal sensacionalista News of the World, propriedade de Murdoch, que foi fechado há um ano em consequência do escândalo.
Os outros indiciados são o ex-chefe de edição do News of the World, Stuart Kuttner, o ex-chefe de redação Greg Miskiw, o ex-chefe de informação Ian Edmonson, o ex-chefe de reportagem, Neville Thurlbeck, e o repórter James Weatherup. O outro indiciado é o detetive particular Glenn Mulcaire, que em 2007 já foi preso por seis meses por escutas ilegais. Rebekah Brooks foi diretora do tabloide entre 2000 e 2003, depois dirigiu o The Sun, outro jornal do grupo, antes de se converter em conselheira delegada da News International, a companhia que reúne os jornais britânicos de Murdoch.
[SAIBAMAIS]Considerada na época como "rainha dos tabloides", Brooks já foi indiciada em maio junto a outras cinco pessoas por obstrução da justiça, em outra investigação relacionada com o caso. Andy Coulson foi editor da News of the World entre 2003 e 2007, na época em que seu jornalista especializado em realeza e o detetive foram para prisão por escutas ilegais.
Poucos meses depois, em maio de 2007, David Cameron, então líder do partido conservador (foi nomeado primeiro-ministro em 2010), contratou Coulson como diretor de comunicação, um posto que teve de deixar em janeiro de 2011 depois de uma série de revelações sobre o caso. O caso do News of the World explodiu em 2006, mas virou escândalo político e midiático em julho de 2011, quando se tornou público o grampo no telefone de uma menina de 13 anos, Milly Dower, que havia desaparecido e que, em 2002, foi encontrada morta. A comoção na opinião pública levou Rupert Murdoch a fechar o jornal, o de maior tiragem da imprensa britânica.