postado em 25/07/2012 19:38
A crise na Síria pode se agravar por causa da possibilidade de uso de armas químicas nos confrontos entre integrantes do governo e da oposição. A representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Luiza Viotti, alertou a comunidade internacional sobre esse risco e defendeu a busca de uma transição política negociada entre oposicionistas e governistas. A embaixadora descartou a possibilidade de intervenção externa naquele país.;Com grande preocupação, tomamos nota das recentes declarações relacionadas a armas químicas, em contradição direta com normas internacionais estabelecidas há tempos e com os princípios contidos não apenas na Convenção sobre Armas Químicas, mas também no Protocolo de Genebra de 1925, do qual a Síria é parte desde 1968;, disse Maria Luiza.
A embaixadora defendeu a posição do Brasil em um debate aberto sobre o Oriente Médio, promovido pelo Conselho de Segurança da ONU. Para ela, um cessar-fogo imediato é essencial para iniciar uma nova fase na Síria. E é fundamental o governo e a oposição adotarem o plano de paz apresentado pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, reforçou a diplomata brasileira.
A proposta reúne seis pontos que devem ser cumpridos tanto pelo governo de Bashar Al Assad quanto pela oposição. ;Estes são tempos particularmente difíceis e desafiadores;, disse Maria Luiza. ;Acompanhamos com angústia e com extrema inquietação a escalada da crise na Síria;, acrescentou a embaixadora, ressaltando que é imperativo um cessar-fogo urgente, o que requer apoio resoluto ao enviado especial Kofi Annan.[SAIBAMAIS]
De acordo com a representante brasileira na ONU, a ;única solução; para a crise é uma transição política liderada somente pelos sírios, pois uma intervenção externa poderia agravar a situação. ;Todas as partes devem cumprir suas obrigações para deter a violência, mas a responsabilidade primordial na questão recai sobre o governo da Síria. [Mas] também repudiamos ataques terroristas contra a infraestrutura civil;, afirmou.
Na Síria, onde a crise se estende há 16 meses, mais de 16 mil pessoas morreram, inclusive crianças e mulheres. Manifestantes protestam contra o governo Assad e exigem sua saída. A oposição quer o fim do governo, mais abertura política e liberdade. Também há denúncias de violações de direitos humanos e repressão.