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Polícia tunisiana entra em confronto com manifestantes no berço da revolta

Agência France-Presse
postado em 26/07/2012 14:57
Tunísia - A polícia tunisiana entrou em confronto com manifestantes que atacaram nesta quinta-feira (26/7) a sede do governo na cidade de Sidi Bouzid (centro-oeste), considerado o berço da revolta na Tunísia que desencadeou a chamada Primavera Árabe.

Moradores da cidade que protestavam por sua situação social jogaram um pneu em chamas dentro de uma das sedes governamentais. Os agentes de segurança responderam com disparos de advertência e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

"Aqui está de novo a polícia de Ben Ali", gritavam os manifestantes, que jogavam pedras contra as forças de segurança. Os manifestantes faziam referência ao presidente deposto Zine el Abidine Ben Ali, afastado do poder em janeiro de 2011 por uma revolta popular que eclodiu depois que o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo nesta cidade.

Os manifestantes também tentaram incendiar a sede do partido islamita (Ennahda), que dirige o governo. Alguns arrombaram a porta de entrada e saquearam os escritórios do prédio que está situado no centro da cidade.

O Ministério do Interior confirmou a violência, mas negou que a polícia tenha atirado. "A polícia apenas atirou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas que atacavam com pedras a sede do governo", indicou o porta-voz do ministério, Khaled Tarouch.



Já o porta-voz do Ennahda lamentou o saque dos escritórios do partido e acusou "um grupo de manifestantes guiados por partidos políticos", sem, contudo, dar nomes a esses partidos.

Fontes de sindicatos locais registraram mais de mil manifestantes, mas o Ministério do Interior estimou o número em cerca de 150 trabalhadores que exigem seus salários.

Estes trabalhadores, que não recebem pagamento há várias semanas, vinham protestando pacificamente nos últimos dias, antes de reunirem parentes e moradores da cidade no movimento. A calma foi restabelecida, afirmou o ministério.

Nenhum ferido foi identificado, nem entre os manifestantes nem entre os policiais, que receberam o apoio de unidades do Exército, segundo um correspondente.

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