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Opositor adverte que entrar no Mercosul não garante emprego a venezuelanos

Agência France-Presse
postado em 31/07/2012 19:05
Caracas - O candidato opositor à Presidência venezuelana, Henrique Capriles Radonski, assegurou que o ingresso pleno de seu país ao Mercosul, formalizado esta terça-feira (31/7) em Brasília, não se traduz "em emprego para os venezuelanos", pois o país sul-americano "importa praticamente tudo".

"Eu comemoro a incorporação da nossa Venezuela ao Mercosul (...), mas nossa incorporação como país não se traduz em emprego para os venezuelanos, não se traduz em melhoria de vida para os venezuelanos", afirmou o candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD), após um ato eleitoral no estado de Yaracuy (norte).

"Hoje somos um país que importa praticamente tudo, o que significa que aqueles que se beneficiam com a incorporação da nossa Venezuela a outros mercados são trabalhadores de outros países, não são os venezuelanos", acrescentou Capriles, de 40 anos.

Segundo ele, o Mercosul "pode ser uma grande oportunidade" quando a Venezuela mudar seu modelo econômico dependente do petróleo. Se vencer nas eleições de 7 de outubro, o opositor promete desenvolver outros setores, entre eles o agroindustrial.



"O governo vai e compra (os alimentos) em outro país, mas para nós é importante que se produza na Venezuela porque são empregos venezuelanos", acrescentou.

A Venezuela, cuja economia depende das exportações de petróleo, tem 30 milhões de hectares cultiváveis, mas importa até 70% dos alimentos que consome.

[SAIBAMAIS]O Mercosul oficializou esta terça-feira (31/7) o ingresso pleno da Venezuela, após seis anos de espera, em uma cerimônia celebrada em Brasília da qual participou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e os de outros três países integrantes do bloco: Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Fernández (Argentina) e José Mujica (Uruguai).

O Paraguai, quarto fundador do bloco, foi suspenso há algumas semanas, após a destituição sumária do ex-presidente Fernando Lugo pelo Congresso, em 22 de junho. O Congresso paraguaio bloqueava o ingresso da Venezuela desde 2006, quanto havia sido aprovada sua entrada.

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