Renata Tranches
postado em 01/08/2012 08:46
No dia que marcou a primeira ampliação do Mercosul desde a fundação, em 1991, os presidentes de três dos quatro países-membros saudaram ontem a entrada da Venezuela como o início de uma nova etapa que transformará o bloco em potência energética e alimentar. O acréscimo do quinto elemento ; o quarto, o Paraguai, está suspenso ; muda a geopolítica regional e consolida o Mercosul como quinta maior economia do mundo, atrás de EUA, China, Alemanha e Japão. O ingresso foi oficializado numa cúpula extraordinária, em Brasília, sob a presidência pro tempore do Brasil. A medida passará a ter efeito jurídico somente a partir de 13 de agosto. Ela foi possível graças à suspensão do Paraguai após o impeachment do presidente Fernando Lugo, em junho.
[SAIBAMAIS]A adesão de Caracas ocorre apesar das críticas em relação à concentração de poder do presidente Hugo Chávez, ao desrespeito aos direitos humanos e a uma forte oposição, dentro e fora da Venezuela. Em 17 de julho, a ONG Human Rights Watch divulgou um dossiê, por meio do qual acusou o chefe de Estado de ;intimidar, censurar e processar críticos, em uma vasta gama de casos envolvendo o Judiciário, a mídia e a sociedade civil;. Segundo a entidade, o mandatário teria construído um modelo democrático para ameaçar e punir quem interferir em sua agenda política.