Madri - A polícia espanhola prendeu três supostos membros da Al-Qaeda, suspeitos de planejar um atentado no país ou em outro local da Europa, e apreendeu explosivos, informou o governo nesta quinta-feira (2/8).
O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, disse em uma coletiva de imprensa que um dos três detidos "é uma pessoa importante na estrutura da Al-Qaeda em nível internacional".
Dois dos suspeitos, oriundos de ex-repúblicas soviéticas, foram detidos em um ônibus que viajava em direção à fronteira com a França e o outro em um apartamento alugado na cidade de La Linea de Concepcion, na província de Andaluzia, no sul do país, onde a polícia também encontrou explosivos.
"Trata-se de uma das maiores investigações realizadas até o momento contra a organização terrorista Al-Qaeda, em nível internacional", destacou o ministro. Ele descreveu os homens como "pessoas extremamente perigosas". A polícia também encontrou documentos relacionados à pilotagem de aviões leves.
Os dois homens detidos no ônibus foram encontrados em Almuradiel, na província de Ciudad Real, enquanto viajavam de Cadiz para Irun, próximo à fronteira com a França. "Há indícios claros de que os presos poderiam estar planejando um atentado na Espanha e/ou na Europa", disse Díaz aos jornalistas.
O suspeito detido em La Línea de la Concepción é um "facilitador" da rede de nacionalidade turca.
A rádio Cadena Ser, citando fontes policiais, reportou que os suspeitos seriam dois chechenos e um turco e estavam em posse de veneno e explosivos.
O ministro afirmou que a polícia ainda não havia apreendido veneno, mas que os serviços secretos de outros países informaram a Espanha que um dos suspeitos teria "ampla experiência na fabricação de venenos e carros-bomba".
Ele se negou a comentar sobre as declarações da imprensa espanhola de que os homens teriam ligações com o grupo paquistanês Lashkar-e-Taiba, culpado pelo ataque em novembro de 2008 em Mumbai que matou 166 pessoas.
De acordo com Díaz, um dos dois homens detidos em Ciudad Real apresentou "uma força incomum para resistir à prisão, usando o treinamento militar que recebeu, e as forças especiais tiveram que intervir". A polícia tinha os homens sob vigilância e decidiu prendê-los quando percebeu que iriam deixar a Espanha.
As investigações foram designadas a um juiz no principal tribunal criminal da Espanha, a Audiência Nacional, responsável por casos de terrorismo e crimes internacionais.
Diversos extremistas islâmicos foram detidos nos últimos anos no país, sobretudo na Catalunha.
Em março, um suposto membro da Al-Qaeda foi detido na cidade de Valência (leste), acusado de terrorismo. Segundo a polícia, ele comandava um dos fóruns mais importantes do mundo jihadista dedicado ao recrutamento e doutrinação. O homem, um saudita, era conhecido na organização como "o bibliotecário da Al-Qaeda", indicou Diaz na época.
Em 11 de março de 2004, explosões em trens lotados de Madri mataram 191 pessoas e feriram outras 1.841 em atentados relacionados à Al-Qaeda. Vinte e uma pessoas, a maioria marroquinas, foram condenadas por envolvimento nos ataques.