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Em carta ao Mercosul, Human Rights Watch defende rigor com direitos humanos

postado em 04/08/2012 08:00

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff e aos demais chefes de Estado do Mercosul na qual pede a eles que convençam o mais novo integrante pleno do bloco, a Venezuela, a respeitar os direitos humanos, a liberdade de expressão e o pleno equilíbrio entre os três poderes. Há duas semanas, a instituição tinha divulgado um relatório no qual denuncia a concentração de poder e os abusos cometidos pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e classifica como ;precária; a situação do país. No texto enviado a Dilma, à presidente Cristina Kirchner (da Argentina) e ao chefe de Estado uruguaio, José Mujica, o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, assinala que o ingresso da República Bolivariana no Mercosul dá aos demais países-membros ;a oportunidade e a responsabilidade; de enfrentar os problemas do novo sócio na área dos direitos humanos.

Em entrevista ao Correio, Vivanco afirmou que a carta, de três páginas, chama a atenção para o compromisso do Brasil e dos demais Estados do bloco ; exceto o Paraguai, que está suspenso e cujo mandatário, Federico Franco, não recebeu a mensagem ; para com o Protocolo de Assunção, que estabelece os princípios do bloco. ;No primeiro artigo do protocolo, consta que o pleno respeito às instituições democráticas, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais é condição essencial para a existência e a evolução do processo de integração; sul-americano, ponderou o diretor da HRW. Ele e a organização que representa temem o que pode ocorrer caso as nações do Mercosul fechem os olhos para o governo do presidente Chávez, ;que tem sistematicamente debilitado as instituições democráticas e as garantias dos direitos humanos;. De acordo com Vivanco, ;se (os demais presidentes) não agirem, vão prejudicar a credibilidade desse compromisso e trair os princípios democráticos que deveriam ser centrais no processo de adesão ao Mercosul;.

Leia a íntegra da enviada por José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) sobre a Venezuela como membro do Mercosul.

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