Agência France-Presse
postado em 05/08/2012 16:25
Oak Creek - Um homem abriu fogo neste domingo em um templo sikh de Wisconsin, Estados Unidos, gerando um tiroteio que causou a sua morte e a de outras seis pessoas e deixou dezenas de feridos, segundo a polícia local."Um oficial chegou ao local, enfrentou o atirador, levou vários tiros, respondeu e o liquidou", disse o chefe de polícia de Greenfield, Brad Wentlandt, em Oak Creek, arredores de Milwaukee. Ele informou que o policial foi internado no Hospital Froedtert, onde também eram atendidos três adultos em estado crítico, segundo um porta-voz.
Após controlar o local do crime, a polícia americana disse considerar o incidente um caso de "terrorismo interno"."Estamos tratando o fato como um caso de terrorismo interno e foi entregue ao FBI", revelou o oficial da polícia John Edwards.
O presidente americano, Barack Obama, afirmou que, juntamente com a primeira-dama, Michele, ficou consternado com o massacre. "Lamentamos essa perda de vidas que aconteceu em um local de oração, e lembramos que o nosso país foi enriquecido pelos sikhs, que fazem parte da grande família americana", diz um comunicado da Casa Branca.
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, também prestou suas condolências em um comunicado: "Ann (esposa) e eu fazemos chegar nossas orações às vítimas do tiroteio de hoje no Wisconsin". "Foi um ato de violência sem sentido e uma tragédia que jamais deveria ter ocorrido em um templo".
No domingo à noite, a polícia ordenou a evacuação de três quadras ao redor da casa do assassino, em Cudahy, uma localidade próxima de Milwaukee, a quase quatro quilômetros do templo sikh. A área foi isolada. Alguns vizinhos descreveram o assassino como um homem agradável e tranquilo.
O atirador seria um homem branco de 30 anos, afirmaram testemunhas à imprensa local. Ele teria iniciado o tiroteio às 10h30 (12h30 de Brasília) nos arredores do templo, que recebia muitas pessoas para uma cerimônia. A polícia não divulgou nenhuma informação sobre o assassino, mas confirmou que ele foi morto por um agente, que compareceu ao local depois de receber uma alerta dos serviços de emergência. Inicialmente, a polícia temia a presença de um segundo atirador, mas depois descartou a possibilidade.
A tragédia aconteceu no momento em que o país continua comovido com o massacre do cinema Aurora em 20 de julho, quando James Holmes, de 24 anos, abriu fogo durante a exibição do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge", matando 12 pessoas e deixando 58 feridos.
A embaixada indiana informou estar em contato com autoridades americanas, e que enviou um diplomata ao templo de Wisconsin. Também assinalou que o consulado indiano em Chicago estava "monitorando este incidente trágico". "Não identificamos outro atirador", informou a embaixada, contradizendo rumores de que havia vários atiradores.
O diretor do templo, Satwant Kaleka, foi ferido e internado, segundo o "The Milwaukee Journal Sentinel", que cita entre 20 e 30 vítimas no total. Unidades táticas policiais estavam no local do crime, além de forças de segurança de vários órgãos, entre elas membros do FBI.
Segundo o jornal, a congregação, estabelecida em 1999, possuía de 350 a 400 membros. A testemunha Suni Singh indicou à Newsradio 620 WTMJ que quatro atiradores poderiam estar escondidos no templo, mas a polícia não confirmou esta informação. Cinquenta pessoas estavam em um templo próximo, em Brookfield, para uma cerimônia matutina. Muitas delas deixaram o local após a notícia do tiroteio em Oak Creek, informou o jornal.
[SAIBAMAIS] Após se comunicar com pessoas que estavam na sede, um membro do comitê do templo, Ven Boba Ri, informou que o atirador era um homem branco, de cerca de 30 anos. "Parece muito com um crime de ódio. Ele não é um membro da comunidade", afirmou. Segundo a tradição religiosa, os sikhs, originários da Índia, usam turbantes para cobrir o cabelo. Nos Estados unidos, costumam ser confundidos com muçulmanos, e já foram alvos de ativistas anti-islâmicos, principalmente após o 11 de Setembro.
A mais antiga organização muçulmana nos Estados Unidos, Ahmadiyya, condenou o tiroteio e pediu o reforço da educação religiosa para criar uma sociedade mais tolerante e pacífica. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, declarou nesta segunda-feira estar "profundamente comovido e entristecido" com o massacre. "Que este ato sem sentido de violência tome como alvo um local de culto religioso é extremamente doloroso", declarou Singh, que é sikh.