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Promotoria de Moscou pede três anos de prisão para jovens do Pussy Riot

Agência France-Presse
postado em 07/08/2012 09:38
Moscou - A promotoria de Moscou pediu nesta terça-feira (7/8) uma condenação a três anos de prisão para as três jovens que integram o grupo punk Pussy Riot, que são julgadas na capital russa por terem cantado em fevereiro, diante da catedral de Cristo Salvador, uma "oração" contra Vladimir Putin.

[SAIBAMAIS]Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Yekaterina Samutsevich, 29, e Maria Alyokhina, 24, foram acusadas de "vandalismo" e de incitação ao ódio religioso. Nesta terça-feira, associações de ortodoxos pediram a proibição dos shows na Rússia da cantora Madonna, que na segunda-feira pediu clemência para as três jovens.

A estrela americana, que fará um show nesta terça-feira em Moscou e outro na quarta-feira (8/8) em São Petersburgo, pediu que o "tribunal demonstre clemência e que estas mulheres sejam libertadas em breve". As três integrantes do Pussy Riot são julgadas desde julho em Moscou.



"Tomar posição a favor das Pussy Riot significa interferir nos assuntos internos de nosso país e pressionar o tribunal", afirmou à agência Interfax o gabinete de imprensa da União de Portadores de Estandartes Ortodoxos, um grupo monárquico. "É nosso dever solicitar a proibição dos shows: esta cantora burla abertamente as nossas leis, de nossas tradições, de nossa cultura", afirmou Yuri Ageshchev, porta-voz da União de Fraternidades Ortodoxas.

A oração contra Vladimir Putin gerou muitas reações de desaprovação em um país que, após a queda do regime soviético, em 1991, experimentou um crescimento religioso. Mas muitas personalidades russas, incluindo as pertencentes à comunidade cristã ortodoxa, defenderam as jovens e consideraram desproporcionais as acusações apresentadas contra elas e sua permanência na prisão.

Para alguns críticos, o julgamento faz parte de uma campanha mais ampla contra a crescente oposição a Putin, que voltou ao Kremlin em 7 de maio passado.

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