Agência France-Presse
postado em 08/08/2012 14:23
Santiago - Um forte contingente policial dispersou nesta quarta-feira (8/8) uma manifestação não autorizada de estudantes pelo centro de Santiago, que exigem uma profunda reforma educacional que, segundo eles, não foi acolhida pelo governo.Depois de três advertências para dispersar pacificamente a manifestação, agentes das forças especiais da polícia começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo e a usar jatos de água contra mais de mil estudantes que se reuniram na Praça Itália de Santiago.
Os estudantes, alguns deles encapuzados, jogaram pedras e paus contra a polícia, que desde cedo patrulhava em grande número o local para evitar o protesto, o quinto do ano convocado por associações de estudantes do ensino médio e universitários. A Intendência de Santiago (governo) negou aos estudantes a permissão para marchar pela Alameda e sugeriu outros dois percursos para que realizassem sua manifestação, que não foram aceitos.
[SAIBAMAIS]No Chile é preciso pedir permissão para fazer passeatas pelas vias públicas. Os estudantes, que no ano passado protagonizaram mais de 40 marchas por Santiago exigindo uma educação pública gratuita e de qualidade, consideram que o governo do direitista Sebastián Piñera não acolheu nenhuma de suas demandas. "Neste minuto não vimos nenhuma resposta da autoridade", comentou à imprensa o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Noam Titelman.
Produto das reformas impostas pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que diminuiu para menos da metade os gastos públicos com a educação, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais caros e desiguais do planeta. Piñera propôs uma série de medidas para reduzir o custo dos créditos destinados a pagar as altas taxas universitárias, mas não conseguiu mudar os pilares do sistema educacional chileno.