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Caracas nega que assassinato de embaixadora no Quênia seja ligado a drogas

Agência France-Presse
postado em 08/08/2012 17:09
Caracas - A Venezuela afirmou que o assassinato de sua embaixadora no Quênia está associado a problemas internos da sede diplomática desse país e negou qualquer vínculo com o narcotráfico, conforme alegam as autoridades do país africano. "Existe uma tese que ganha força, de que o homicídio se deu por problemas internos de pessoal na embaixada, algo de ordem trabalhista, nada que esteja associado ao narcotráfico", afirmou o ministro do Interior, Tareck El Aissami. "Não existe indício algum dentro da investigação que aponte para o tráfico de drogas", insistiu El Aissami, no primeiro pronunciamento do governo venezuelano sobre este caso.

Segundo a imprensa queniana, a polícia deste país africano estaria investigando os vínculos entre o assassinato da embaixadora Olga Fonseca e um caso de narcotráfico supostamente ligado ao pessoal diplomático.

A justiça queniana acusou o primeiro-secretário da embaixada venezuelana, Dwight Sagaray, pelo assassinato de Fonseca, que foi estrangulada no prédio da embaixada em 27 de julho.

[SAIBAMAIS]Sagaray, que se declara inocente, deveria gozar de imunidade diplomática, mas esta foi retirada antes de sua prisão, segundo fontes quenianas, apesar de o governo venezuelano não confirmar o fato.

O tribunal também indiciou por assassinato, à revelia, o queniano Mohamed Ahmed, e a polícia emitiu uma ordem de prisão contra ele.

Dois seguranças também foram acusados de suposta participação nos fatos, apesar de a promotoria e a polícia não estabelecerem a relação direta entre Sagaray, Ahmed e os guardas.

Por outro lado, El Aissami informou que Caracas enviou uma comissão de funcionários a Nairóbi para acompanhar de perto a investigação queniana. "Confiamos totalmente na investigação realizada no Quênia, sabemos que este crime não vai ficar impune", comentou.

Fonseca, de 57 anos, foi nomeada embaixadora no Quênia em 25 de junho, substituindo Gerardo Carrillo Silva, destituído no final de maio depois de ter sido convocado pela Chancelaria em Caracas, segundo informou o próprio diplomata ao jornal venezuelano Ultimas Noticias.

Carrillo negou as acusações de assédio sexual de que, segundo a imprensa queniana, ele foi alvo por parte de alguns funcionários da embaixada.



O governo venezuelano não informou até o momento os motivos da destituição do embaixador. Em 1o. de agosto, Chávez informou sucintamente que o caso estava sendo investigado e assegurou que seu governo iria colaborar com as investigações. Dois dias antes, Caracas expressou, em um comunicado, seu pesar pelo "lamentável desaparecimento físico" de Fonseca.

O corpo da diplomata foi repatriado na semana passada e enterrado em Acarigua (Estado de Portuguesa, oeste), na presença de familiares e amigos.

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