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Chefes de polícia confessam proteger mulher de ex-dirigente chinês

Agência France-Presse
postado em 10/08/2012 10:54

Hefei, China - Quatro oficiais da polícia chinesa confessaram nesta sexta-feira que tentaram impedir a investigação do assassinato de um empresário britânico para proteger a principal suspeita, Gu Kailai, esposa de um alto ex-dirigente do Partido Comunista, informou um porta-voz judicial.

"Os acusados admitiram que a acusação de burlar a lei com fins pessoais era exata", afirmou o porta-voz, Tang Yigan, depois de uma audiência de quatro horas no tribunal de Hefei. "Eles redigiram um relatório falso e ocultaram provas no lugar dos fatos", explicou. "Decidiram não realizar a necropsia e incinerar diretamente o cadáver", enfatizou Tang.

Os quatro chefes policiais são suspeitos de terem utilizado sua influência para proteger Hu e tentar evitar ser processada pelo assassinato na megalópole de Chongqing, então dirigida por seu marido. Eles comparecem ao tribunal da cidade de Hefei (leste), o mesmo que na quinta-feira julgou Gu Kailai, uma brilhante advogada e esposa de Bo Xilai que caiu em desgraça após uma fulgurante ascensão política.

A mulher de 53 anos não negou o homicídio por envenenamento do empresário britânico Neil Heywood, que foi durante um tempo amigo próximo do casal, embora a relação tenha sido prejudicada por divergências financeiras. O veredicto em seu caso será divulgado em uma data não anunciada.

[SAIBAMAIS]O caso, que mistura dinheiro, crime e política, tornou-se um dos maiores escândalos na China. Selou o destino de Bo, então já questionado por seus métodos autoritários, por suas tentativas de ressuscitar usos e costumes da época maoísta e pelas raras operações financeiras.



Este ambicioso e brilhante líder político, filho do marechal Bo Yibo, um dos fundadores do regime junto a Mao Tsé-Tung, caiu em desgraça na última primavera (do hemisfério norte) ao ser envolvido em denúncias de corrupção. Atualmente está detido em um local secreto. O caso lançou luz sobre as profundas divisões no topo do aparato comunista, quando se aproxima uma transição política crucial em outubro.

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