Agência France-Presse
postado em 10/08/2012 20:19
Washington - O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, declarou nesta sexta-feira (10/8) que Washington "está de olho" no programa nuclear iraniano, acrescentando que os Estados Unidos estarão a par de qualquer avanço maior de Teerã em uma tentativa de produzir a arma atômica.Na quinta-feira, o jornal israelense Haaretz repercutiu um relatório secreto dos serviços de inteligência americanos, segundo o qual os Estados Unidos e Israel concordaram com o fato de que o Irã tem feito progressos significativos e "alarmantes" na produção de armas nucleares.
Recusando-se a entrar em detalhes sobre as questões dos serviços de inteligência, Carney declarou que Washington e Israel estão de acordo sobre as ambições do Irã e seu programa nuclear.
"Nós estamos de olho" no programa nuclear do Irã, disse Carney, "temos uma visibilidade sobre este programa e seremos informados se o Irã conseguir um grande passo para a arma nuclear".
Jay Carney, em seguida, indicou que ele se referia aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O Irã é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
No entanto, muitos especialistas acreditam que o programa nuclear do Irã esteja amplamente infiltrado por membros do serviço de inteligência de Israel e do Ocidente, suspeitos de vários atos de sabotagem.
O porta-voz da Casa Branca também afirmou que há "tempo para uma opção diplomática, com penas mais graves", mas que a opção militar ainda é possível.
Após a publicação do jornal Haaretz, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, afirmou que a inteligência americana considera que a questão do Irã é a mais "urgente", acrescentando que, em vista dos recentes avanços do programa iraniano, é difícil prever se poderia ser parado a tempo.
As autoridades americanas não responderam diretamente às declarações de Barak, mas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Tommy Vietor, no entanto, repetiu que Washington acredita que o Irã "não está a ponto de se dotar com uma arma nuclear".
Estas observações são manifestadas no momento em que as especulações sobre uma intervenção preventiva aérea de Israel no Irã predominam na imprensa israelense. As visitas a Israel de vários membros do Departamento de Defesa americano também haviam sido vistas como uma tentativa dos Estados Unidos de impedir Israel de tal ataque preventivo.