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Regime de Raúl Castro levanta a censura a cerca de 50 músicos

Rodrigo Craveiro
postado em 11/08/2012 07:45

"Quero minha Cuba livre, para que a gente possa, para que minha gente possa dançar." Desde o seu lançamento, em 1998, os versos da canção Cuba libre, de Gloria Estefan, eram considerados subversivos na ilha socialista. A cantora fazia parte de uma lista de ;vozes proibidas; ; uma alusão aos artistas que fugiram do país, depois de se tornarem críticos ferozes da Revolução Cubana e de seu líder, Fidel Castro. Entre eles, estão os cantores de salsa Celia Cruz (falecida em 2003) e Willy Chirino, o saxofonista Paquito d;Rivera e o pianista de jazz Bebo Valdés. O regime castrista surpreendeu e levantou a censura, nas rádios e nas tevês cubanas, às obras de cerca de 50 músicos. Não houve qualquer publicação oficial sobre o assunto. No entanto, funcionários de rádios de Havana confirmaram à emissora britânica BBC que a lista ;serviu a seu propósito, mas que pertencia a outra época;. O fim da censura estaria inserida numa série de reformas políticas e econômicas encampadas pelo atual presidente, Raúl Castro, desde 2008.



Em uma sociedade de forte tradição musical ; muitos cubanos têm por hobby tocar instrumentos no Malecón, a muralha quebra-mar de Havana ;, o fim da censura foi recebido de modo contido. ;As pessoas comentam (sobre a decisão) e consideram uma falta de respeito o fato de o anúncio não ter sido feito por meios oficiais;, afirmou ao Correio, por telefone, Orlando Luiz Pardo Lazo, um escritor cuja obra intitulada Lar chato foi censurada em 2009. ;É apenas um golpe de teatro. O Estado não tem responsabilidade moral para pedir desculpas públicas pela proibição. Essa medida se destina apenas à opinião pública internacional;, acrescentou.

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