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Exército Sírio Livre afirma ter derrubado avião militar do regime

Agência France-Presse
postado em 13/08/2012 12:15

Damasco - Os rebeldes sírios afirmaram nesta segunda-feira (13/8) ter abatido um avião de combate MiG 23 no leste do país, o que seria o primeiro ataque desse tipo bem-sucedido desde o início da rebelião há 17 meses.

Enquanto os insurgentes comemoram esta queda, a imagem dos rebeldes ficou comprometida com a divulgação de vídeos revelando crueldades cometidas por seus homens que circulam na internet.

Com a ajuda de tanques e blindados, o Exército entrou em Seif al-Dawla, bairro em poder dos rebeldes em Aleppo, a maior cidade do norte, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) Kassem Saadeddine, declarou que o ESL havia abatido o avião do Exército regular na região de Deir Ezzor, "com um tiro de 14,5 mm disparado por uma metralhadora anti-aérea".

Um vídeo amador postado por militantes no YouTube mostra uma aeronave atingida em meio a disparos intensos. Uma fonte militar citada pela agência oficial Sana confirmou esta perda, atribuindo a queda da aeronave a uma "pane técnica" que obrigou o piloto a se ejetar.[SAIBAMAIS]

Um grupo de insurgentes afirmou ter capturado o piloto em um vídeo online mostrando um homem barbado, cercado por três homens armados, que afirma ser o piloto e ter recebido como missão "bombardear a cidade de Mouhassane", 400 km a leste de Deir Ezzor.

Zona de exclusão aérea


Um combatente rebelde de Aleppo, se apresentando com o nome de Abu Ahmed, pediu "uma zona de exclusão aérea". "Na Líbia, (a comunidade internacional) ajudou a derrubar Kadhafi, mas aqui na Síria, nos deixam morrer", declarou no bairro de Al-Soukkari, onde os combates terrestres tiveram uma pausa nesta segunda (13/8).

O Exército entrou com tanques no bairro de Seif al-Dawla, no oeste de Aleppo, em poder dos rebeldes, afirmou o OSDH, indicando enfrentamentos nesta área.

O Exército havia lançado na semana passada uma primeira ofensiva terrestre contra um outro bairro do oeste de Aleppo, Salaheddine, o primeiro a ser tomado pela rebelião, do qual o Exército controla grande parte.

Em Damasco, o Exército bombardeou bairros do sul da capital e efetuou pela primeira vez uma grande campanha de revistas e perseguições na cidade velha, onde 70 barreiras bloqueiam uma das artérias mais movimentadas. Os serviços de segurança prenderam 22 pessoas e vasculharam um cemitério em busca de armas, segundo o OSDH, que se baseia em uma rede de testemunhas e militantes.

Confrontos também foram registrados na cidade rebelde de Harasta, no nordeste da capital, assim como em Deir Ezzor e em diversas localidades mantidas pelos rebeldes nesta região próxima ao Iraque. De acordo com um registro provisório do OSDH, 87 pessoas morreram nesta segunda-feira, sendo 49 civis, 28 soldados e 10 rebeldes.

Assassinato


Rebeldes e Exército causaram novas atrocidades nos últimos dias. Três vídeos postados no YouTube, que não puderam ter sua autenticidade confirmada e que pareciam ter sido captados na região de Aleppo, mostram rebeldes jogando corpos de cima de um prédio, degolando um homem ou assassinando um outro a sangue frio.

Governo e rebeldes são acusados por ONGs de violações dos direitos humanos. No dia 8 de agosto, ativistas e membros do ESL haviam redigido um "código de conduta" se comprometendo, principalmente, a respeitar os direitos humanos.

O diplomata representando a Síria no Conselho dos Direitos Humanos da ONU se uniu à oposição, uma semana depois da deserção do primeiro-ministro Riad Hijab.

No momento em que a violência atinge a marca de mais de 21.000 mortos desde o início da revolta contra o presidente Bashar al-Assad, em março de 2011, a comunidade internacional tem dificuldades para chegar a um entendimento sobre a Síria.

O chefe da diplomacia francesa inicia na quarta-feira (15/8) uma viagem pelos países vizinhos da Síria, oficialmente para "manifestar o apoio" da France aos refugiados.


Em uma nova tentativa diplomática, uma cúpula reunindo líderes dos 57 países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) deve abordar na terça-feira em Meca a questão síria, que divide profundamente as nações muçulmanas. O Irã indicou que se opõe a uma suspensão da Síria da OCI.

Na Jordânia, a polícia dispersou um grupo de sírios revoltados com suas condições de vida em um campo de refugiados. A Jordânia abriga 150.000 refugiados sírios, e a Turquia anunciou que, com a chegada de mais 7.000 sírios nos últimos três dias, o número de refugiados chega a 60.000.

A secretária-geral adjunta das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valérie Amos, é aguardada na Síria e no Líbano para visitas de terça a quinta-feira.

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