Agência France-Presse
postado em 16/08/2012 15:04
Cidade do Vaticano - O presidente do Conselho Pontifício para a Família, Vincenzo Paglia, manifestou nesta quinta-feira (16/8) o apoio do Vaticano à iniciativa da Igreja francesa de rezar a favor da família tradicional e contra a legalização do casamento gay. "Ninguém quer negar os direitos individuais, absolutamente não", declarou monsenhor Paglia à emissora Rádio Vaticano ao ser indagado sobre a suposta homofobia da Igreja."O casamento é outra coisa; a família nasce justamente do casamento. Acho que é preciso defender esse princípio cultural, que, para nós, é religioso. É um grande desafio que devemos enfrentar em todos os cantos do planeta",a firmou.
[SAIBAMAIS]Milhares de católicos franceses rezaram na quarta-feira (15/8) pela família e pelo direito das crianças de ter um pai e uma mãe tradicionais, causando polêmica em relação à disposição do governo socialista da França de legalizar o casamento e a adoção por parte de casais homossexuais.
Por ocasião do Dia da Assunção, festa católica que celebra a ascensão aos céus da Virgem Maria, cerca de 20.000 fieis rezaram em Lourdes, famoso local de peregrinação dedicado à mãe de Jesus, e outros milhares na catedral Notre-Dame de Paris e nas demais igrejas da França.
Os bispos católicos franceses criaram polêmica ao pedir aos fieis que fizessem essa determinada oração, o que foi interpretado como uma tomada de posição contra o casamento entre homossexuais.
A Igreja francesa pediu aos fieis que orassem para que as crianças "deixem de ser objeto dos desejos e conflitos dos adultos para se beneficiarem plenamente do amor de um pai e de uma mãe".
O direito ao casamento e à adoção para casais homossexuais são compromissos de campanha do presidente François Hollande.
Segundo uma pesquisa do Ifop publicada nesta terça, 65% dos franceses são favoráveis ao casamento homossexual, em avanço de dois pontos em relação a uma pesquisa realizada há um ano.
Em relação à adoção, 53% dos franceses seriam favoráveis, ou seja, cinco pontos a menos em relação a 2011.