postado em 18/08/2012 08:00
Condenação unânime mundo afora e uma onda de protestos diante de representações da Rússia foram ontem a resposta imediata à condenação das três integrantes da banda punk Pussy Riot, sentenciadas a dois anos de prisão por terem cantado uma ;oração punk; contra o presidente Vladimir Putin na principal igreja cristã ortodoxa de Moscou. Da própria capital russa até Brasília e outras cidades brasileiras, passando por Varsóvia, Berlim, Londres, Paris Barcelona, Berlim, Nova York, Telavive e Sydney, ativistas feministas e outros manifestantes vestiram a balaclava (espécie de máscara usada pelas cantoras) em solidariedade a Nadejda Tolokonnikova, Maria Aliokhina e Yekaterina Samutsevich, detidas desde março. Até a Igreja Ortodoxa Russa, que seria a maior ofendida pelo ato da Pussy Riot, considerou a pena excessiva. ;Sem questionar a legitimidade da decisão judicial, pedimos que as autoridades estatais mostrem clemência, nos quadros da lei;, pediu o conselho da Igreja.;Considerando a natureza e o nível de perigo representado pelo que foi feito, a correção dos réus só é possível por meio de uma punição real;, diz a sentença da juíza Marina Syrova, recebida pelas três com sorrisos irônicos. De acordo com a juíza, as acusadas ;violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes; ao entrarem na catedral do Cristo Salvador, em Moscou, com o rosto coberto por máscaras, para entoar o cântico ;Virgem Maria, mande Putin embora;, em 21 de fevereiro. Edward Lozansky, professor de políticas mundiais da Universidade do Estado de Moscou, considera que a pena ;pode ter sido muito dura;, mas observou: ;Se elas tivessem se arrependido, estou certo de que teria sido muito mais suave;.