Mundo

Mulher de Bo Xilai é condenada à morte, mas não deve ser executada

Agência France-Presse
postado em 20/08/2012 06:44
[FOTO1]

Gu Kailai, esposa do alto dirigente comunista Bo Xilai, foi condenada à morte, mas viu a pena comutada para prisão, pelo assassinato de um empresário britânico, ao fim de um julgamento que sacudiu o partido único que governa a China. Ela foi considerada culpada pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood, crime que ela confessou, e recebeu a pena de morte com suspensão de dois anos, o que significa que só será executada se cometer infrações nos próximos 24 meses.

O veredicto foi pronunciado na cidade de Hefei (leste) contra a ex-advogada internacional, esposa de um influente líder político, que era considerado há poucos meses um favorito para os principais cargos do país. "Respeitamos a decisão", disse He Zhengsheng, advogado que representa os familiares da vítima. A pena de morte será comutada ao fim de dois anos. Geralmente, a sentença é transformada em prisão perpétua.

Durante o julgamento, Gu admitiu ter envenenado o britânico Neil Heywood. O processo foi o ponto crítico em um grande escândalo que explodiu em março, com a destituição e posterior detenção de seu marido, Bo Xilai, até então uma estrela em ascensão do Partido Comunista da China, do qual era líder na grande cidade de Chongqing, onde aconteceu o crime.



O julgamento de Gu, uma famosa advogada internacional de 53 anos, aconteceu em um tribunal de Hefei, em uma única sessão. Durante o processo, a defesa não rebateu a acusação de homicídio intencional contra Gu pela morte, em novembro de 2011, de Heywood, de 41 anos, envenenado com cianureto em um quarto de hotel de Chongqing.

A acusação alegou que a mulher colocou o veneno no copo do empresário depois tê-lo embriagado. Gu e o marido tinham uma relação estreita com Heywood, abalada por divergências financeiras. O advogado de Gu, Tang Yigan, pediu durante o julgamento que o tribunal levasse em consideração a cooperação da cliente com a investigação. Também nesta segunda-feira, o tribunal condenou quatro chefes de polícia chineses a penas de cinco a 11 anos de prisão por terem adulterado a investigação sobre o assassinato para proteger Gu Kailai.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação