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EUA se mostram preocupados com caso de blasfêmia contra jovem no Paquistão

Agência France-Presse
postado em 20/08/2012 19:51
Washignton - Os Estados Unidos classificaram a prisão de uma jovem paquistanesa, sob acusações de blasfêmia, como "profundamente perturbador" e receberam com satisfação o anúncio do presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, de que vai investigar o caso.

A jovem Rimsha foi presa na quinta-feira em um bairro pobre da capital Islamabad e colocada em detenção provisória por 14 dias, denunciada por muçulmanos revoltados que exigiam que ela fosse punida por blasfêmia por ter queimado folhas de papel com versos do Alcorão.

"Este caso, obviamente, é profundamente perturbador", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

"Nós achamos que a declaração do presidente (paquistanês) é muito bem-vinda, e pedimos ao governo do Paquistão que proteja não apenas os cidadãos das minorias religiosas, como também as mulheres e crianças", acrescentou Nuland.

Nuland pediu que o Paquistão conduza a investigação "de forma transparente".

O presidente Zardari levou "seriamente em consideração" a prisão e pediu ao Ministério do Interior que apresente um relatório sobre este caso, indicou a imprensa oficial paquistanesa.


Zardari reagiu em meio à crescente preocupação internacional com a intolerância religiosa no Paquistão, após os assassinatos neste ano de uma líder política e de um ministro cristão do gabinete que havia se manifestado contra a lei de blasfêmia.

Ativistas defensores dos direitos humanos dizem que as rígidas leis paquistanesas contra a blasfêmia são frequentemente usadas para dirimir disputas insignificantes, fazendo das minorias um alvo frequente.

Alguns relatórios indicam que a menina estava queimando papéis -tirados de uma lixeira- para cozinhar, quando foi acusada de profanar páginas escritas com versos do Alcorão, texto sagrado dos muçulmanos.

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