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Obama ameaça intervir caso Assad use armas químicas contra a população

Agência France-Presse
postado em 20/08/2012 19:50
Aleppo - Os Estados Unidos avisaram nesta segunda-feira (20/8) que podem intervir militarmente na Síria se forem deslocadas ou utilizadas armas químicas no país, onde uma jornalista japonesa foi morta em Aleppo e outros três repórteres, dois árabes e um turco, estão desaparecidos.

Obama explicou que até agora não ordenou uma intervenção militar, mas advertiu que os Estados Unidos estão "monitorando a situação cuidadosamente" e elaboraram diversos planos de contingência.

"Pode haver enormes consequências se começarmos a observar a movimentação ou o uso de armas químicas (...). Isso mudaria meus cálculos significativamente", disse na coletiva de imprensa.

"Comunicamos em termos firmes a todos os atores na região que isto (o uso de armas químicas) é a linha vermelha para nós e que pode haver enormes consequências", disse o mandatário.

Em Paris, o presidente francês, François Hollande, considerou nesta segunda-feira que "não pode haver solução política se Bashar al-Assad não deixar" o poder na Síria, durante um encontro com o novo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.

Na véspera, o diplomata argelino não quis se posicionar sobre esse ponto e afirmou: "Precisamos acabar com a guerra civil e isto não será simples".

O regime de Damasco respondeu, indicando que essas declarações são "contrárias à realidade" e que "o que há no terreno são crimes terroristas contra o povo sírio praticados por grupos armados salafistas apoiados por países conhecidos".[SAIBAMAIS]



O governo de Bashar al-Assad acusa a Arábia Saudita e o Qatar de fornecer armas aos rebeldes, apoiados também por agentes secretos americanos, britânicos e alemães, segundo as imprensas da Alemanha e do Reino Unido.

No terreno, a festa muçulmana do Eid el Fitr, que começou no domingo e durante três dias celebrará o final do Ramadã, foi ofuscada pelos combates em Aleppo (355 km ao norte de Damasco), onde uma jornalista japonesa foi morta, e na própria capital.

Segundo um registro do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), nesta segunda-feira morreram pelo menos 131 pessoas, entre elas 57 civis, 37 soldados e 37 rebeldes.

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