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Governo indiano bloqueia mensagens na internet após êxodo de imigrantes

Agência France-Presse
postado em 21/08/2012 13:24
Nova Délhi - A Índia pediu às redes sociais na internet que suprimam as mensagens provocantes e bloqueou conteúdos on-line depois de ameaças anônimas que levaram ao êxodo de trabalhadores imigrantes do sul ao noroeste do país.

A imprensa local considera que mais de 35.000 pessoas fugiram de Bangalore e de Mumbai nestes últimos dias como consequência das ameaças. O êxodo começou após o envio de ameaças por telefones celulares e pela internet que afirmavam que a população procedente de Assam (nordeste) seria atacada por muçulmanos no fim do Ramadã, em represália pela recente violência interétnica que opôs duas comunidades desta região.

Segundo o governo indiano, muitas das mensagens com ameaças foram enviadas do Paquistão, país vizinho e rival da Índia. O ministério das Comunicações indicou que no dia 17 de agosto enviou uma demanda aos sites das redes sociais para que impedissem a publicação de conteúdos provocantes, embora, ao que parece, não tenham tido nenhum efeito, já que continuam aparecendo "conteúdos nocivos". Em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o ministério informou que o governo estava negociando com os representantes destes sites para frear mensagens "odiosas" e a divulgação de vídeos falsos.

[SAIBAMAIS]"No entanto, esperamos muito mais (destes portais) e uma ação mais rápida para responder a um assunto tão sensível", prosseguiu. Funcionários do ministério não quiseram citar os sites afetados. Twitter, Google e Facebook, os mais importantes, não responderam imediatamente. O governo indicou que 245 sites foram bloqueados nos últimos dias, embora não tenha fornecido mais detalhes.



Em Assam, a violência entre muçulmanos e uma tribo local, os Bodo, já deixou 80 mortos e provocou o deslocamento de 400 mil pessoas nos últimos três anos, segundo as autoridades. As duas comunidades disputam há anos a propriedade de terras nesta região remota da Índia. A Índia suspendeu temporariamente o envio de mensagens de texto conjuntas (a mais de cinco pessoas por vez) para tentar frear a propagação de ameaças e rumores.

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