Rio de Janeiro ; Menos de 20% dos esgotos são tratados na América Latina e no Caribe. Nas cidades, 16% da população (74 milhões de pessoas) carecem de saneamento adequado. A constatação é do relatório Estado das Cidades da América Latina e Caribe, divulgado nesta terça-feira (21/8) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).
O estudo também traz notícia positiva que a região já alcançou o Objetivos do Milênio em relação ao abastecimento de água. Atualmente, 92% da população urbana têm acesso à água encanada.
No entanto, o desperdício de água tratada é grande. Cerca de 40% da água desperdiçada ocorrem devido infraestrutura precária de abastecimento e uso inadequado. As tarifas cobradas pelo fornecimento não costumam cobrir os custos de operação e penalizam os mais pobres, segundo as Nações Unidas.
;Há muitos cidadãos mais pobres que pagam caro pelo serviço, às vezes, o dobro que os mais ricos por um serviço pior;, comentou o oficial principal de Assentamentos Humanos do ONU-Habitat, Erik Vittrup.
Constatou-se que cada habitante já produz o equivalente a um quilo de resíduos, e a quantidade não para de crescer. De acordo com a pesquisa, os serviços de reciclagem, reutilização e aproveitamento dos resíduos sólidos ainda são incipientes em todos os países da região.
;Ainda tem um grande número de cidades que estão contaminando rios e mares e deixando lixo a céu aberto;, lamentou Vittrup.
A pesquisa apontou falhas no acompanhamento sistemático e organizado desses serviços, como a falta de indicadores precisos, completos e comparáveis, prejudicando a adoção de estratégias. Em geral, os dados são fornecidos pelos próprios provedores dos serviços.