Agência France-Presse
postado em 22/08/2012 09:10
Vendersdorp - O trabalhador agrícola negro considerado culpado do assassinato do líder de extrema-direita sul-africano Eugene Terre;Blanche foi condenado nesta quarta-feira (22/8) à prisão perpétua pelo tribunal de Vendersdorp (norte).
Chris Mahlangu, que tinha 28 anos no momento do crime, foi declarado culpado em 22 de maio de ter agredido até a morte o fundador do Movimento de Resistência Afrikaner (AWB), um pequeno grupo de ultradireita que prega a supremacia branca. "Não vejo nenhuma razão válida para não atender a sentença solicitada pelo promotor", declarou o juiz John Horn ao anunciar o veredicto.
Outro réu, Patrick Ndlovu, de 18 anos, que era menor de idade no momento do crime, foi considerado culpado apenas de violar a residência da vítima e foi condenado a dois anos de prisão condicional. A morte de Eugene Terre;Blanche desatou reações em 2010 e provocou temores do ressurgimento da violência antes da Copa do Mundo de Futebol, que aconteceu na África do Sul.
[SAIBAMAIS]Os dois acusados se declararam inocentes. No dia do crime alegaram que haviam discutido com o patrão por um problema com o pagamento e admitiram o homicídio, antes de uma retratação. "Segundo o que foi declarado por algumas testemunhas citadas pelo acusado, a divergência com a pessoa morta foi provocada por um problema de dinheiro, e não por convicções políticas ou aversão aos negros", declarou o juiz em 22 de maio.
Patrick Ndlovu alegou que vivia na casa de Terre;Blanche em um clima de terror verbal e físico. Ele negou qualquer envolvimento e afirmou que o líder do AWB já estava morto quando chegou ao local. O juiz Horn anulou parte das provas apresentadas contra ele por vício de forma. Chris Mahlangu disse que atuou em legítima defesa quando Terre;Blanche avançou contra ele com um machado e afirmou que já havia sido agredido sexualmente.